sábado, 29 de novembro de 2014

A Parvoíce Calma

“O álcool mata lentamente: que importa, não temos pressa”

Georges Courteline

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A coulrofobia, mas que palhaçada é esta!?

Os pesadelos são coisas terríveis. Neles enfrentamos os nossos maiores receios e claro que nunca acabam bem. É uma questão de semântica. Perdidos no Vale dos Lençóis em pleno Mundo da Dormência, alguns defrontam Godzillas, outros fantasmas, eu enfrento o meu maior medo materializado naquele que aterrorizou a minha infância, o Batatinha.


É verdade! Eu sei que é vergonhoso, mas tenho medo de palhaços. E não é uma palhacite qualquer. Tenho medo de tudo o que remete para a palhaçada. Até essa palavra me deixa apavorado. Só de ouvir a palavra palhaço fico todo a tremer e por vezes até desmaio.
Isto é terrível. Basta alguma coisa me lembrar os palhaços (ouvir risos, narizes vermelhos, calçado muito grande…) e fico logo em pânico. Uma manhã acordei constipado e ao ver-me ao espelho, desmaiei, não por ser muito feio. Com os anos habituei-me a esse facto. O problema é que o meu nariz estava vermelhíssimo. Nariz vermelho=palhaços. Pumba! Caí para o lado! O pior é que com a queda fiquei também com a testa vermelha e com o galo. Maldito bidé! Ele nem teve a amabilidade de se desviar.

Mas isso não o pior que me aconteceu! Lembro-me de uma vez, em que estava preso no transito e que alguém disse: “Ó palhaço! Essa porcaria não anda!” Como sempre, fiquei apavorado e pus-me em posição fetal e chuchar no dedo. O problema é que a posição fetal é sempre acompanhada pela posição fecal. Eu borro-me todo com medo. Mas isso é menos. Levo sempre uma muda de roupa no caso de isso acontecer.

O pior é que fiquei preso entre o volante e os pedais. Tenho de escolher melhor os sítios em que me meto. Foi uma carga de trabalhos para sair dali. Alguns contam que estive ali enfiado durante horas e o que me valeu foi a ajuda dos artistas circenses que passavam por ali. Sinceramente, não me lembro de nada. Desmaiei quando o Palhaço Bozo se aproximou de mim.


O Cronista da Parvoíce © 2014

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A Parvoíce Sádica (2)

Uma família de sádicos decide matar uma avozinha. Juntam-se todos no topo de uma montanha e atiram a velhota. Desataram-se todos a rir, mas, lá no fundo encontram uma criança a chorar. Vão ao seu encontro e dizem: 
- Porque é que estás a chorar? Ainda agora atiramos a tua avó pela montanha abaixo! 
- E eu não vi! - Responde a criança.

sábado, 22 de novembro de 2014

A Parvoíce Tardia


“Eu gostaria de morrer jovem, o mais tarde possível.”

Marcel Prévost

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O Fascínio IKEA

Desafio da Daniela Tomás

 A mente dos homens é um autêntico antro de perversidade. Sempre que olhamos para uma mulher estamos irremediavelmente a pensar em javardice, e quanto mais atraente for, mais javardos ficamos. É inevitável. A bicefalia masculina tem dessas coisas.
Mas desengana-se quem pensa que a mente feminina é muito diferente da nossa. A Lei da Atracção não conhece géneros, mas como sempre, as mulheres são mestre na arte da simulação, ou melhor, da dissimulação.

Nunca desconfiaram do estranho encanto feminino por mobiliário? Do apreço por lojas como o IKEA? A explicação é simples e freudiana. Para as mulheres, a montagem de móveis serve de cartase sexual. Passo a explicar. Quando um homem é muscularmente bem constituído, é cognominado “armário”. E o que se faz no IKEA, e outras superfícies do género, vende-se armários para serem montados. “Montar armário”! É preciso dizer mais? Ao fim a cabo, o IKEA é uma espécie de bar de alterne virtual para mentes femininas.

Com o passar do tempo, as mulheres perdem as suas capacidades dissimiladores, e em vez de disfarçar com móveis de madeira, atacam armários de carne e osso. Desconfio que as mulheres procuram efeitos rejuvenescedores nesses jovens. Dizem, e não sei se é verdade, que os mobiliários ambulantes são mais lentinhos. Tal e qual os caracóis. Se calhar a sua baba também rejuvenesce!

Com os isto tudo podemos afirmar, que os homens são muito menos complicados no que toca no apreciamento feminino. São muito mais javardos, mas muito menos complicados

O Cronista da Parvoíce © 2014

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A Parvoíce Assassina (2)

Um dia um ladrão chega no banco e diz:
- Passa-me o dinheiro todo.
No dia seguinte faz a mesma coisa, mas dessa vez ele pergunta ao caixa:
- Viste-me a assaltar este banco?
O caixa responde que sim e o ladrão mata-o na hora.
Quando ele sai do banco vê um casal e pergunta se o viram a assaltar o banco e aí o marido responde:
- Eu não, mas a minha sogra viu.

sábado, 15 de novembro de 2014

A Parvoíce das Natas


“Eu quero muito ir para o céu. Anatole France também, na condição de lhe servirem café com leite na cama… A cama não me interessa, mas o café com natas, faço questão.”

Louis-Ferdinand Céline

terça-feira, 11 de novembro de 2014

A Parvoíce Assassina

Zé: Senhor Prior, peço a vossa bênção.
Padre: Deus o abençoe meu filho.
Zé: Padre, o Sr. lembra do João?
Padre: É claro meu filho.
Zé: Pois é padre, o João veio a falecer.
Padre: Que pena, morreu de quê?
Zé: Moro numa rua sem saída e minha casa é a última. Ele desceu com o carro e bateu no muro de casa.
Padre: Coitado, morreu de acidente.
Zé: Não, ele bateu com o carro e voou pela janela. Caiu dentro do meu quarto e bateu com a cabeça no meu guarda roupa de madeira.
Padre: Que pena, morreu de traumatismo craniano.
Zé: Não padre, ele tentou  levantar-se pegando na maçaneta da porta que se soltou e ele caiu da escada abaixo.
Padre: Coitado, morreu de fracturas múltiplas.
Zé: Não padre, depois de cair das escadas ele bateu na geladeira, que caiu em cima dele.
Padre: Que tragédia, morreu esmagado.
Zé: Não, ele tentou se levantar e bateu com as costas no fogão, a sopa que estava a ferver caiu em cima dele.
Padre: Coitado, morreu desfigurado.
Zé: Não padre, no desespero saiu a correr, tropeçou num cachorro e foi contra o quadro de electricidade.
Padre: Que pena, morreu electrocutado.
Zé: Não padre, morreu depois de eu lhe ter dado dois tiros.
Padre: Filho, você matou o João?
Zé: Claro, o gajo estava a destruir a minha casa...

sábado, 8 de novembro de 2014

A Parvoíce Final

“A eternidade é longe, sobretudo lá para o fim.”

Franz Kafka

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A Parvoíce Sádica

Uma família de sádicos vai dar uma volta de carro. No automóvel vai o marido, a mulher, o filho, o avô e a avó. De repente o pai abre a porta e empurra a avó, que se esborracha toda no chão. O resto da família começa a bater palmas muito contentes. Passado mais alguns instantes o puto abre a porta e empurra o avô, que fica debaixo de um camião. O jovem delira, assim como o resto da família. Mais à frente, a porta do carro abre-se e fecha-se logo a seguir e o puto pergunta:
- Papá, o que foi isto?
- Fui eu que empurrei a tua mãe. O jovem começa a chorar.
- Estás a chorar de quê?
- É que eu não vi.

sábado, 1 de novembro de 2014

A Parvoíce Zig Zag


Um bêbado dizia : “Do nascimento à morte a estrada é muito curta. Eu prolongo-a, ziguezagueando-a.”
Claude Aveline

terça-feira, 28 de outubro de 2014

A Parvoíce Idiota


“A febre tifoide é uma doença terrível: ou se morre, ou se fica idiota. Disso percebo alguma coisa: eu tive-a.”

Maréchal Patrice de MAC-MAHON

terça-feira, 21 de outubro de 2014

A Parvoíce Mortífera


“A morte não me impressiona, com efeito, eu mesmo tenho a intenção muito concreta de morrer um dia.”

Bernard Shaw

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O Meu Filho é um Surfista de Tsunamis

Aviso: Está prestes a ler um texto com Humor Negro. O conteúdo do mesmo poderá chocar os mais sensíveis.

Depois de tantos a recear a paternidade, não por duvidar das minhas qualidade paternais, mas assustado com a fronha horripilante que o miúdo pudesse vir a ter, aconteceu o impensável. Os meus soldados reprodutivos bateram definitivamente em retirada. É preciso ter azar! Logo quando estava decidido em brindar o mundo com a minha prole.

Segundo os médicos, as minhas repetidas acções previdentes prejudicaram as minhas capacidades reprodutivas. Queriam que eu pensasse que demasiada masturbação preventiva não é saudável e que foi a causadora da minha incapacidade gerativa. Mas eu não sou parvo! Eu sabia que estavam enganados! E isso verificou-se quando nasceu a minha filha, estranhamente parecida com o meu vizinho angolano.

Com a minha suposta dificuldade em poder ter filhos, muito antes de nascer a minha filha, a minha esposa (Sim! É verdade! Uma mulher casou-se voluntariamente comigo! E não era uma imigrante em busca da nacionalidade lusa! Na altura era alcoólica!) e eu decidimos adoptar uma criança. Como tenho uma faceta humanitária adoptamos uma criança de um país longínquo. E assim o nosso filho chegou da Ásia. Insisti que fosse asiático por motivos físicos, no intuito de ter algum ponto em comum comigo. Eu não tenho olhos em bico e sou moreno, mas o meu… Pronto… Acho que perceberam a ideia.

Anos depois, e com o nosso quarteto familiar já formado, li uma notícia que poderia ter destruído as nossas vidas. Segundo um estudo antropológico uma família ideal é constituída pelos pais e duas filhas. Que desenvolvimento inesperado! Vou ter de devolver o Joaquim! Eu gosto muito dele! É bom a fazer a minha contabilidade e sushi, mas o bem-estar da família está em primeiro. Ele vai entender! Espero bem que não se arma em egoísta.

-“Senta-te Quim! Tenho de falar contigo! Vais voltar para o Japão! Mas sozinho! Não tenho nada contra ti! É por causa daquela notícia! Infelizmente não vais voltar a ver a tua irmãzinha japonesa. Fizemos uma troca. Vais para la e ela vem para cá. Vais adorar aquilo! O sítio para onde vais é muito mexido, um abano constante. E tu que não gostes de ficar parado, vais delirar. Até gritar. Principalmente quando estiveres a fugir das ondas gigantes. Falando disso, a tua mãe, quero dizer a Dona Beatriz, e eu decidido comprar te uma prancha de surf. Afinal é o melhor meio de transporte para andar por lá. Eu sei que tens medo do escuro mas não te preocupes com isso! A noite brilham todos, tal como os teus bonecos fluorescentes! E já não vale a pena continuar a chamar-te Quim! O teu nome de nascimento é Son Goku! E com sorte, e pouco de tempo passado na tua cidade natal, podes vir a ter uma cauda tal como o herói do Dragon Ball! Já me esquecia de te dizer o nome do sítio para onde vais. É Fukushima!”

Com anos de transporte públicos através da prancha que lhe oferecermos. O Quim tornou-se num grande surfista de tsunamis.


Darth Parvor ©

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A Parvoíce Precoce


“Mozart era tão precoce que, aos 35 anos já estava morto”

Pierre Desproges

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A Malvadez Sedutora

Desafio do Bruno Ferreira

Palavras Impostas: adeus, Adriana, cona-mole, esternocleidomastóideo, princesa, traição e zarabatana

Hoje acordei decidido em mudar a minha vida sentimental. A minha relação com a Natasha já não faz sentido. Ela nunca tem uma palavra amiga e está constantemente com aquele olhar fixo e reprovador. Para além que sempre que estou com ela, sinto-me asfixiado, sem folgo e isso não é saudável. Afinal sou asmático e custa-me imenso enchê-la todos dias.

Não aguento mais. Vou arrumá-la no caixote! Não vai ser fácil acabar a nossa amizade colorida (se bem que com o tempo e o desgaste a cor desvaneceu um bocado!), mas tenho de arranjar uma namorada de verdade. Chegou a hora de dizer adeus à Natasha. Mas pelo sim ou pelo não, vou ficar com o caixote por perto.

Vou precisar é de ajuda, não sou muito dotado no campo da sedução. Sinceramente não percebo as razões do meu insucesso. Eu sou charmoso! Desde que visto a uma distância de aproximadamente 2km. Estou a exagerar, basta 1km e não há risco de problemas oculares. Eu quando tenho um encontro faço sempre uma loucura, tomo banho. Tenho receio em admiti-lo mas acho que tenho um sério problema e não posso mais fugir às evidências. Sou alguém uma Capacidade Obtusa na Natural Arte Masculina da Obtenção de Leviandade Efetiva. Por outras palavras, um cona-mole.

Um amigo meu, cujo nome não vou revelar por questões de segurança (Estás ver Bruno! Eu disse-te que não te iria expor!), disse-me que o meu problema é tratar mulheres como se fossem princesas. E isso já não resulta. Aqueles elogios, aqueles floreados verbais já estão ultrapassados. Temos de ser maus. Confesso que não me imagino, ou imaginava, tratar as mulheres dessa forma. Parece-me uma traição ao romantismo. Mas é a custa do romantismo que eu tenho gasto um dinheirão em remendos. Eu estava constantemente a furar a Natasha.

Com as dicas preciosas do… meu amigo… Não disse o nome… Quase… Mas um pouco e queimava o Bruno. Enfim. Com as dicas do meu amigo decidi convidar a Adriana para beber um café. E convidei, mas ela nunca apareceu. Fui falar com ele para ver se tinha mais dicas e talvez me explicar o porquê do falhanço do meu convite.

–“Convidei a Adriana para beber café mas ela não apareceu!” 
–“Não apareceu?” 
-“Não! Ainda pensei que ela tivesse só atrasada, mas depois de 15horas a espera dela… Comecei a desconfiar!” 
–“E não lhe ligaste para saber o que se passava? 
-“Eu não!”
-“Não!? Então porquê?” 
-“Não tenho o número dela!” 
-“Não tens o número? Estranho! Eu tenho!” 
-“Como assim tens o número dela?” 
-“Mas se não tens o número como é que a convidaste?” -“Como toda a gente faz! Pelo Facebook!” 
-“E ela respondeu?” 
-“Não! Ela não fala muito comigo! Deve estar sempre muito ocupada! Ainda ontem meti conversa com ela e…” 
-“Por acaso ontem falei muito com ela” 
-“…e não me disse nada” 
-“Explica-me porque pensaste que ela beber café contigo.” -“Porque fiz convite e apareceu aquela cena do visto e como ela não disse nada e como quem cala consente, pensava que era uma confirmação!”

Como não sou pessoa de desistir, fui ter com a Adriana para ir beber o tal café. Para ela não ter hipótese de recusar, e no seguimento dos conselhos do Bruno, fui com uma postura malévola e armado da minha zarabatana. Não chegamos a ir. Quis fazer uma demonstração da minha habilidade tribal, mas o resultado não foi glorioso. Acertei em cheio no esternocleidomastóideo da Adriana. Não sabem o que é? Vão pesquisar!

Com a Adriana fora da corrida vou ter de voltar para junto da Natacha! Mas… Mas onde é que pus a porcaria do caixote?

O Cronista da Parvoíce © 2014

domingo, 12 de outubro de 2014

O Pingo Rebelde

Ao longo da nossa vida, lidamos com situação bastantes embaraçosas, ao ponto de fazer de “Só eu sei, porque deveria ter ficado em casa”, o nosso hino pessoal. Quantos de nós já foram para escola com as meias por cima das calças? E com sapatos diferentes? E com a camisola do avesso? Ninguém!? O quê! Isto não pode ter acontecido apenas a mim! Podem ser imunes a maioria da panóplia infindável desse tipo de situações, mas se és homem (com o atributo que comprova a tua masculinidade) é impossível teres escapado ao grão-mestre do ridículo: o pingo rebelde.

É inevitável, e por mais sacudidelas que dês, aquele malfadado pingo resistente aguente-se firme até decidir de estragar a tua noite. Os mais afortunados molharão apenas os boxers, os mais azarados, como eu, ficarão com as calças marcadas pelo infortúnio.  

Comigo acontece sempre te tenho um encontro. Pior, No primeiro. Para dizer a verdade, nunca tive mais de um com a mesma mulher. Durante o meu último jantar fui vitimizado pelo pingo rebelde. Espero que a Sara não tenham ficado com a ideia que não aguento com um decote e que preciso de uma ida a casa de banho para extravasar os impulsos. Ou que apesar de somente ter bebido 5 litros de álcool durante o jantar, a minha arca não aguentou o dilúvio, devido ao seu tamanho. Não é fácil ser homem!

E depois as mulheres têm a ousadia de afirmar que a masculinidade traz mais vantagens em questões urinárias. O facto de urinar de pé, não é por si só um benefício. Sim! Podemos fazê-lo em qualquer parte, sendo obviamente a casa-de-banho mais adequado. Uma vez fi-lo nas flores a frente de casa e a minha Mãe não achou muita piada. Tenho culpa dos lilases não serem resistentes a urina? A verticalidade urinária implica o medo constante da entaladela no fecho (doí-me só de pensar nisso) e da vistoria das calças, com uma inspeção a pente fino da presença de resíduos. No domínio sanitário impera a lei da selva, é cada um por si (nós não vamos aos pares), não perguntamos uns aos outros se tamos pingados ou não. Confesso que seria bastante estranho e amaricado. -“Desculpa, mas podes ver se estou pingado?” –“O quê? Queres que eu olho para onde?... Rabeta!”

Com isto tenho de voltar para o meu encontro e aproveitei esta ida a casa de banho para falar um pouco deste flagelo da rebeldia pingante. Já demorei muito e desta vez não vou estragar tudo. Vou ter um segundo encontro! Está garantido… Ohhh… Não acredito… Estou todo pingado…. Outra vez… Vou ficar sozinho para sempre!!!

O Cronista da Parvoíce © 2014


Foi assim que respondi ao desafio do Fábio Gaspar

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

“Where’s Ryan?”

A nossa infância é marcada por muitas questões que ficam sem respostas e que passamos a nossa vida a tentar responder. “Quem nasceu primeiro? O ovo ou a galinha? O ovo é o pai da galinha? Ou é a galinha a mãe do ovo?”. Mas houve uma que massacrou a minha infância e a minha vida escolar. A questão “Where’s Ryan?” ainda me atormenta.

Esse tal Ryan nunca estava quieto e tinha o condão de escapulir-se a cada aula. Era um verdadeiro ninja anglo-saxónico, autêntico Houdini dos manuais de Inglês. Nunca sabíamos dele e tínhamos constantemente de encontra-lo. Desconfio que essa coisa das escondidas é uma moda em Inglaterra. Até estou em crer que Ryan é primo do Wally.

Sempre que ouvia essa pergunta, imaginava-me numa sala de interrogatória, com a professora transformada em investigadora e cegando-me com a luz intensa dum candeeiro. -“Where’s Ryan?” –“Eu não sei!”- “In English!” –“I don’t know!” – “Where’s Ryan?”- “Where’s Ryan?” (Eu já lavado em lágrimas) –“Eu sei lá! Nem o conheço! Mas se ele anda escondido não deve ser coisa boa! Deve andar metido nas drogas! Ou pior! Já sei! Às tantas estava com caganeira e ficou fechado na casa de banho! Aquelas portas não valem nada! É isso! Está na casa de banho!”- “Where’s Ryan? –“Ryan is in the bathroon! He went to cagate e ficou fechate!”

O chato do Ryan tinha a porcaria de um “umbrella”, adereço que tinha o estranho hábito de esconder-se dele. “Oh! Is raining! Where’s my umbrella?”. Que culpa tenho eu de ele não saber da porcaria do guarda-chuva? E porque tenho eu de procura-lo? Aquela família inglesa era do piorio, sabíamos do Ryan e do raio do “umbrella”, mas a desavergonhada da Jenny desaparecia de vez em quando.

“Where’s Jenny?"



O Cronista da Parvoíce © 2014

E se Ele é Feio?

Aviso: Está prestes a ler um texto com Humor Negro. O conteúdo do mesmo poderá chocar os mais sensíveis.

Ganhei recentemente o medo parental, vivo apavorado com a ideia de um dia poder ser pai. Não interpretem mal! Eu gosto de crianças e também não duvido das minhas futuras capacidades paternais. Mas se ele é feio? O que é que faço com ele? É que se fosse muito burro, ele teria sempre um futuro no desporto, na portaria de discotecas ou até em Reality Shows. Mas se ele é feio?

Não consigo imaginar a minha reacção ao vê-lo pela primeira vez. –“Humm… O que é isto? –“Está a vê-lo ao contrário” –“Ahhh! Fico mais descansado!... Humm… Afinal prefiro no outro sentido! Agora a sério! Onde está o verdadeiro? É mesmo este? Não dá para devolver? Está novinho em folha!” E o que dizer a minha esposa quando me perguntar o que acho do bebé: -“Então nosso filho? É lindo?”-“Humm… Como dizê-lo… Humm… Lembraste aquele magnífico doce que fizeste para o meu aniversário?” –“Estava mesmo bonito!”-“Sim, mas o teu filho…” –“O nosso!”-“Pois… Não consigo ver as parecenças! O bebé ficou muito parecido com o doce depois de ter caído ao chão!”

Se todos os bebés são lindos, estou sinceramente preocupado com o futuro deste. Dizem que bebés feios podem vir a ficarem bonito. Mas quando? De certeza que entraria todas manhãs no quarto do rebento com a esperança da magia ter acontecido. “Olá… Fogo… Ainda não foi desta!”

E se um dia vira-se para mim e pergunta-me se o acho bonito, o que faço? Minto? Digo a verdade? Claro que digo a verdade. -“Diz-me papá! Sou bonito?”-“Humm… Não! Mas tens o sentido de humor!”-“Gostas de mim na mesma?” –“Humm... Não!  Humm... Gosto... Mas não tanto como se não fosses tão feio! Vá la brincar… Pega na bola e vai jogar para o cruzamento!”

Como mais vale prevenir que remediar e evitar esse tipo de situações delicadas, decidi tomar uma decisão drástica. Todos dias faço uma vasectomia manual, a chamada a masturbação preventiva. Tenho a perfeita noção do meu charme e sei que qualquer aproximação feminina pode terminar em procriação. Portanto, e sempre que posso masturbo-me. Masturbo-me antes de levar o lixo. Masturbo-me antes de ir passear o cão. Masturbo-me por tudo e por nada! Assim não corro riscos desnecessários.

Tenho um encontro logo a noite, vou tomar um banhinho e claro… Mas antes tenho de tirar este saco da cabeça.

Darth Parvor © 2014

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O Embaraço Reprodutivo

A minha mente é o refúgio perfeito para inúmeras palermices e muitas questões parvas. Questões, que ao longo do tempo, me vão dilacerando o intelecto. Porque é que a água mineral, que corre pelas montanhas durante séculos, tem uma data para consumo? Por que as pessoas apertam o comando da televisão com mais força quando a pilha está fraca? Ainda não desisti, e estou certo que em dia de bebedeira, conseguirei responder a todas essas perguntas. Mas existe um mistério tão misterioso, uma intriga tao intrigante, que não consigo desvendar: Porque é que as pessoas tem mais vergonha de comprar preservativos do que papel higiénico?

Do que se orgulharia mais? Ser um insaciável e frequente praticante de recriação “coital”? Ou um mega produtor fecal? Humm… Estou mesmo indeciso! Qual é a resposta certa? Se algum de vós imagina “Guerra dos Tronos” (porque na casa de banho é recorrente encontrar esse tipo de literatura) retrata o conflito concorrencial na indústria da louça sanitária, tenho duas mensagens: “Vai tratar-te e é melhor deixar de inalar o teu drunfo intestinal!” e “Seu ignorante de merda (este termo nunca foi tão apropriado!) não conheces mesmo a “Guerra dos Tronos”? Não te preocupes quando estiver contigo, eu explico-te. E de uma forma civilizada! Após espancar-te utilizando todos os volumes da obra de George R. R. Martin e afogar-te na sanita.”

Para demonstrar que não é vergonha nenhuma comprar preservativos fui ao supermercado, agarrei uns quantos, 30 ou 40, não sei precisar. O quê? Pode não parecer, mas tenho uma resistência física do catano. As idas ao ginásio não foram para o inglês ver! E quem que encontro na caixa? O Sr. Paulo, o pai da minha namorada! -“Então por aqui? Cuidado com a minha filha! Não faltas de respeito na minha ausência! Eu sei como vocês são! Eu também já fui jovem.” Posei o meu cesto de forma a evitar o avistamento da quantidade massiva de preservativos. E como não quer a coisa, perguntei ao rapaz da caixa: “Por acaso, não me sabes dizer onde está o papel higiénico?”

O Cronista da Parvoíce © 2014

E assim respondi ao desafio da Daniela Tomás

terça-feira, 7 de outubro de 2014

A Parvoíce Testamentária


Deixo todos os meus bens à minha esposa, na condição de voltar a casar-se. Assim, serão dois a lamentar a minha morte.”

Paul Scarron

domingo, 5 de outubro de 2014

A Parvoíce do Cogumelo (2)

No bar, um bêbado desabafa com um amigo:
— Tive três mulheres... As três morreram...
— A sério? — pergunta o amigo, assustado — Mas como isso pôde acontecer?
— A primeira comeu um cogumelo envenenado...
— Cogumelo envenenado? Que azar... E a segunda?
— Também comeu um cogumelo envenenado!
— Estás a brincando!? Vais dizer que a terceira também comeu um cogumelo envenenado?
— Não... A terceira levou um enxerto de porrada, porque não quis comer o cogumelo envenenado!

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A Parvoíce Natalícia

- Papá, porque é que já estás a fazer a árvore de Natal se ainda só estamos em Junho? 
- Com essa leucemia achas mesmo que chegas a Dezembro?!

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Outubro: O Mês do Humor Negro


Aviso: Está prestes a ler um texto com Humor Negro. O conteúdo do mesmo poderá chocar os mais sensíveis.

A Parvoíce Natalícia (03/10/2014)
A Parvoíce do Cogumelo (05/10/2014)
A Parvoíce Testamentária (07/10/2014)
E se ele é feio? (09/10/2014)
A Parvoíce Mágica (11/10/2014)
A Parvoíce Precoce (14/10/2014)
 O Meu Filho é Surfista de Tsunamis (16/10/2014)
A Parvoíce Eterna (18/10/2014)
A Parvoíce Mortífera (21/10/2014)
SOS Suicídio (23/10/2014)
A Parvoíce Terrífica (25/10/2014)
A Parvoíce Idiota (28/10/2014)
 A Roleta Russa: Um Jogo Perigoso? (30/10/2014)

sábado, 27 de setembro de 2014

A Parvoíce da Leitura


"Do momento em que peguei seu livro até que o larguei, eu não consegui parar de rir. Um dia, eu pretendo lê-lo"
Groucho Marx

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

As coisas em que acreditava quando era pequeno

Quando eu era pequeno, mais pequeno, tinha umas crenças um tanto ou quanto criativas. Na ressaca do meu aniversário, e com o afastamento cronológico da meninice, achei interessante recordar alguns dos meus pensamentos infantis.

Quando era pequeno acreditava que se engolisse um caroço, uma arvore poderia nascer na minha barriga. Um dia engoli uma serie deles, eram caroços de cereja se não me engano. Imaginem a minha aflição: “Oh não! Vai-me nascer uma floresta na barriga!”

Também pensava que a “Eau de Toilette” vinha literalmente da casa de banho, visto que a tradução de “Eau de Toilette” é “água da casa de bano” do francês quer dizer isso. Imaginava os homens de manha irem a sanita e borrifarem-se com essa água. Daí o cheiro intenso desse tipo de perfume.

Quando jogava videojogos pensava de o “COMP” (computador) era alguém que estava noutro sítio qualquer a jogar contra mim. Alguém com uma profissão de luxo. Ser pago para jogar contra os putos que jogam sozinhos porque não têm amigos, é uma profissão de sonho. Eu queria ser computador quando fosse grande. Felizmente, nunca cresci!

Eu pensava, ou acreditava, que bastava tapar os olhos para me tornar invisível. Como não via os outros, provavelmente os outros também não me veriam. Para mim, um amigo invisível era alguém que andava constantemente com os olhos tapados.

Também acreditava que antigamente, vivia-se a “preto e branco” como nas fotos e nos filmes antigos. Ou seja, houve uma altura, uma época em que o mundo monocromático tornou-se colorido. -“Boas! Gosto muito da tua t-shirt! Esse cinzento claro fica-te bem!” – “Também gosto muito da tua camisola! Achas que vendem em cinzento-escuro?” –“Espera… O que está a acontecer a acontecer!? Que cor é essa?” 
–“Cor???” –“Sim, cor!” –“Agora, as miúdas vão perceber quando eu tiver pensamentos menos próprios!” –“Porquê?” –“Porque vou ficar colorido! Ainda não sei qual é a cor, mas…”

Quando era pequeno acreditava em muitas coisas, mas uma coisa é certa, eu era mesmo muito parvo.


O Cronista da Parvoíce © 2014

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A Monitorização Infantil

Após muitos, e longos anos, de espera, consegui finalmente concretizar um dos meus dois sonhos de infância. Tornei-me monitor numa colónia de férias. O outro era tornar-me na maior estrela do mundo, mas visto que não possuo qualquer capacidade artística, nem sou uma esfera gasosa que brilha a milhares de quilómetros da Terra… E mesmo que fosse, quem me garante que seria suficientemente gordo para ser a maior de todas. Eu até estou de dieta.

Confesso que adoro ser monitor e anseio sempre pela época das colónias de férias, nunca mais chega a hora de estar com os meus pares, as crianças. Nalgumas questões a minha infantilidade é inquestionável. Por exemplo, sempre que como peixe, ou melhor antes de comer, a minha mãe tem por hábito os seus fragmentos de cartilagem. Sim! A minha mãe escolhe-me o peixe e tira as espinhas. Aquilo é perigoso. Posso engasgar-me.

Nos meus tempos de criança, também fui monitorizado infantilmente em colónias de férias, e do meu tempo não havia palavrões para denominar a nossa falta de quietude. Havia os reguilas e os que eram parvos. Eu pertencia (e pertenço) à segunda categoria. Mas problema era fácil e rapidamente resolvido. Uma boa chapada e eu entrava nos eixos. Não havia recurso a soluções sintéticas. Era tudo ao natural. A não ser que quem dê-se a chapada fosse maneta, aí, e no caso de ter uma prótese, seria um esbofeteamento sintético. Infelizmente, hoje em dia, já não se recorre aos métodos tradicionais do enfardanço. Não percebo porquê, um combo de joelhadas, cotoveladas, murros no baixo-ventre e cabeçadas nunca fez mal a ninguém.

Quando era criança apaixonava-me irremediavelmente pelas monitoras. E sempre das mais jeitosas. Ainda me lembro da Sónia… Aie a Sónia… O que teria feito com a Sónia! Nada! Na altura não pescava (ainda não pesco) nada do assunto. Pior, naquela época não podia recorrer à Internet nem às vídeo-aulas do Mestre Johnny. Lembro-me que essa minha paixão pela Sónia tornou-se perigosa, ao ponto de quase ter ficado cego. Foi durante o almoço, mais uma vez o meu olhar estava fixado nela, eu estava totalmente vidrado ao ponto de pegar no garfo e de o ter espetado no olho. Felizmente, não foi no meu. O André é que levou com o garfo. Por pouco, eu ficava sem um olho. E não tenham pena dele. Ele tá bem na vida, tem um restaurante de sucesso cuja temática é pirataria e tudo graças a mim.

O meu monitor da altura é que ficou a ganhar com essa minha paixão, alguns anos depois, casou-se com a Sónia. Acabei, e sem querer, por tornar-me no primeiro mini-wingman da história. Agora crescido, mas pouco, tenho o mesmo problema que tinha na infância, apaixonou-me sempre pelas monitoras. Eu não tenho culpa. Eu tenho um coração muito grande. Mas mesmo com o facto de estarmos em reclusão durante o tempo da colonia, e de qualquer um/uma se tornar apetecível, o meu charme tem a tendência em tardar.

Parece-me que vou ter de apostar noutro cavalo. Está decido! Para o ano, faço um campo de seniores. Vou ser o terror da 3ª idade!


O Cronista da Parvoíce © 2014

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Perdido no Areal

O Verão começou há pouco, e quando se proporciona a concordância entre a estação do ano e as condições climatéricas, inicia-se uma das minhas actividades menos favoritas do ano: ir a praia.

Nunca gostei dessa actividade estival e fico transtornado com a ideia do interior dos meus calções encher-se de areia. Detesto essa sensação, o facto de parecer que fui fustigado por um ataque epiléptico sub-abominável (há muito que os abdominais não moram por estes lados) sempre que isso acontece e tento expelir os grão de areia dos meus calções.
Apesar de todas as inconveniências balneares, e por vezes balear, quando dão a costa e permanecem deitadas na praia, não deixo de ir a praia. Confesso que o facto de o areal me presentear com beldades em biquíni (e com sorte, fazendo topless) é altamente motivador. Também pode ser uma fonte de distracção, como a semana passada quando perdi o meu sobrinho de 9 anos.

A semana passada, e para fazer um favor ao meu irmão, o meu sobrinho veio comigo. Quem estava muito preocupada era a minha mãe, não percebo porquê. Supostamente não sou responsável. Mal cheguei a praia, e depois de avistar umas quantas beldades, liguei-lhe. Só mesmo para lhe dar uma amostra da minha responsabilidade. “Olá Mãe! Já chegamos! Está um dia lindíssimo! A bandeira está verde e já nos instalamos nas toalhas. (…) Queres falar com ele!? Ok, eu passo-lhe o telefone… (Onde é que ele se meteu!???) Afinal não vai dar. Ele foi tomar um banho aquático. (…) Claro que não me esqueci das bóias! Tomaaaa! Quem é o irresponsável!? Não me esqueci mesmo! Estão aqui a minha frente! (…) Já falas com ele! Deixa o miúdo brincar!”

Assim do nada deixei de saber onde ele estava. Preocupadíssimo, depois de acabar de ler o jornal, fui a sua procura e fui perguntando se alguém o tinha visto. Foi assim que conheci a Vicky, uma loira lindíssima, e como eu, amante e praticante de topless. “Bom dia! Tudo bem? Está um bom dia praia! Está sol, o mar está calminho e ainda não me entrou areia nos calções. Por acaso não viste… Posso tratar-te por tu? (…) Não viste um miúdo que está provavelmente perdido? (…) Como ele é? Sei la… É o meu sobrinho. Só o vejo de vez em quando. Está como tu… Em topless e em boa forma… Mas sem bóias

. Peço desculpa… tenho de atender… O quê Mãe!? Estás preocupada!? Mas porquê? Até parece que não sou de confiança! Queres falar com ele? Mas ainda não o encontrei! (…) Não o perdi! Que ideia é essa? Ele está num encontro com a Vicky. Com isto tudo ela foi-se embora! Agora ele tá chateado e não quer falar contigo!”

O tempo passava e eu estava raladíssimo na esplanada, enquanto consumia minis e tremoços. A situação tornou-se insustentável, agarrei em mim e decidi avançar corajosamente e sem perder mais um minuto fui pedir o número à Vicky.

Como já se fazia tarde e queria regressar a casa para ver o jogo. Comecei a chama-lo: “ João! João! João! Onde estás? Aparece ou a Avó vai chatear me a cabeça! Já sabes como ela é! João! João! João Silva! João Silva!” João Silva! Há milhões de gajos com esse nome! Nunca vou encontra-lo. Mas porque é não seguiram a minha sugestão e não o chamaram Chewbacca. Era muito mais original. E com um pouco de sorte era capaz de responder a chamamentos alternativos como grunhidos.

“Ah… João! Estás aqui! Onde estiveste o dia todo? O que interessa é que estás aqui! Podemos ir embora! Só uma pergunta! O teu primo?” A minha irmã vai matar-me!


O Cronista da Parvoíce © 2014

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A Parvoíce Preferencial


"Eu e a minha mulher ficamos na dúvida entre tirar férias ou nos divorciarmos. Optámos pela segunda hipótese. Duas semanas nas Caraíbas podem ser divertidas, mas um divórcio dura para sempre."
Woody Allen