
Esse tal
Ryan nunca estava quieto e tinha o condão de escapulir-se a cada aula. Era um
verdadeiro ninja anglo-saxónico, autêntico Houdini dos manuais de Inglês. Nunca
sabíamos dele e tínhamos constantemente de encontra-lo. Desconfio que essa
coisa das escondidas é uma moda em Inglaterra. Até estou em crer que Ryan é
primo do Wally.
Sempre
que ouvia essa pergunta, imaginava-me numa sala de interrogatória, com a
professora transformada em investigadora e cegando-me com a luz intensa dum candeeiro.
-“Where’s Ryan?” –“Eu não sei!”- “In English!” –“I don’t know!” – “Where’s
Ryan?”- “Where’s Ryan?” (Eu já lavado em lágrimas) –“Eu sei lá! Nem o conheço!
Mas se ele anda escondido não deve ser coisa boa! Deve andar metido nas drogas!
Ou pior! Já sei! Às tantas estava com caganeira e ficou fechado na casa de
banho! Aquelas portas não valem nada! É isso! Está na casa de banho!”- “Where’s
Ryan? –“Ryan is in the bathroon! He went to cagate e ficou fechate!”
O
chato do Ryan tinha a porcaria de um “umbrella”, adereço que tinha o estranho
hábito de esconder-se dele. “Oh! Is raining! Where’s my umbrella?”. Que culpa tenho
eu de ele não saber da porcaria do guarda-chuva? E porque tenho eu de
procura-lo? Aquela família inglesa era do piorio, sabíamos do Ryan e do raio do
“umbrella”, mas a desavergonhada da Jenny desaparecia de vez em quando.
“Where’s Jenny?"
O Cronista da Parvoíce © 2014
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