sexta-feira, 31 de agosto de 2018

A Parvoíce Veranil #23


A Parvoíce Alcoolista #9

Entra um bêbado num banco e pede um copo de vinho. O empregado diz ao bêbado: 
- Um copo de vinho?! Mas você sabe onde é que está? Você não sabe ler "Banco Pinto e Sotto Mayor"? 
- Ó meu senhor, é mesmo isso que eu quero! Branco, tinto e do melhor!

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Os Banhistas

Quando chega o Verão, acontece um fenómeno migratório impressionante. As praias outrora desérticas transformam-se em “habitats” sobrepovoados. Nesses ecossistemas muito sui generis podemos observar diversas espécies com características bem diferentes, como os terrestres ou os aquáticos. Enquanto os primeiros permanecem sempre em terra firme, sendo contacto com a água apenas visual ou quando têm necessidades fisiológicas, os segundos são uma espécie de anfíbios humanos, comummente chamados banhistas. Existem diversos tipos de banhistas, e alguns dos tipos que podem encontrar nas nossas praias são os seguintes:


O Destemido
O destemido, ou Mitch Buchannon, a famosa personagem de Baywatch, ou Marés Vivas, não tem medo de nada nem ninguém na hora de mergulhar no mar. É frequente vê-lo a correr de não se sabe onde antes de um mergulho repentino. Desconfio que ouçam “I’m Always Here” de Jimi Jamison antes de acorrerem para a água.

O Cauteloso
O cauteloso, ou ultra-respeitador, tem todos os cuidados e mais alguns antes de ir para o mar. Nunca irá contra as indicações cromáticas das bandeiras. Se está verde pode nadar. Se tiver outra cor qualquer é melhor nem se molhar. Obviamente que respeita as horas de digestão e antecipa um minuto. Três horas são três horas. Como reconhecê-lo? Fácil! Enquanto todos estão dentro de água, está a olhar para o relógio a espera da hora certa para o mergulho.

O Friorento
É aquele sujeito que nunca fica muito tempo dentro da água e queixa-se sempre da temperatura da mesma. O friorento tem problemas tanto de memória como geográficos. Nunca se lembra que está em Portugal, e não nas Caraíbas, daí a água ser mais fria. Podem reconhecê-lo quanto está prestes a entrar no mar, porque ele tem um ritual estranhíssimo. Molha-se partes do corpo (pescoço, braços… etc.) para ele se ambiente a temperatura. Pode estar quinze minutos nisso, até que de repente mergulhe, e volte a seguir para a toalha.

O Incontinente
É aquela pessoa que só vai ao mar urinar e acha-se extremamente discreto. O problema é que fácil identificá-los, primeiros porque escolham uma zona pouco frequentada e segundo porque tem sempre um ar de satisfação após acabar, uma espécie de orgasmo urinatório, logo antes de saírem da água. As senhoras são ainda menos discretas devido aos abaixamentos repentinos e ao mesmo ar satisfatório.

O Envergonhado
Este tipo de banhista é masculino. Como todos sabem, as propriedades da água fria não são enaltecedoras para a genitália masculina. Mesmo o mais capacitado de todos pode se sentir lesado após sair do mar. Para evitar esse tipo de embaraço, o melhor é embrulhar-se logo com a toalha a volta da cintura, ou secar de barriga para baixo.

E tu? Que tipo de banhista és?

O Cronista da Parvoíce © 2018



A Parvoíce Veranil #22


sexta-feira, 24 de agosto de 2018

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

A Praia

Para mim Verão é sol, calor e obviamente praia. Não sou grande adepto do areal, mas é indubitavelmente fundamental para um dos meus hobbies veranis favoritos: o apalpanço mental. É mais forte do que eu adoro olhar para as beldades que se desfilam sobre a areia. Eu sei que este meu assédio mental é um comportamento reprovável, mas em minha defesa apenas uso a minha imaginação. Fora da minha mente é totalmente inofensivo. Para além que não assusto ninguém com os meus binóculos da Dora, Exploradora. Certo!?

Quando me esqueço dos binóculos em casa, tenho que frequentar a areia e apesar de gostar das potencialidades do areal e das dádivas visuais que me oferece, não gosto muito. A areia provoca-me uma comichão incrível e não é fácil seduzir alguém na praia, já não é em tempo normal, pior se estivermos a coçar as virilhas e afins. Detesto a sensação de parecer que fui fustigado por um ataque epiléptico sub-abominável (há muito que os abdominais não moram por estes lados) sempre que tento expelir os grãos de areia dos meus calções. A areia pertence ao areal, não aos meus calções. Tenho dito.

Não pertence aos meus calções e também não pertence a minha toalha, mas é inevitavelmente atraída para ela. Não sou de intrigas, nem conspirações, mas parece-me que sempre vou para a praia, acontece uma espécie de cabala cósmica que destabiliza o Feng Shui areal e faz com que a areia se aloca em sítios indevidos e sagrados: a minha toalha do Ruca.

E os vendedores de bolachas americanas. Eles são chatos! Para além da falta de patriotismo que estes senhores e senhoras demonstram, como se não houvessem bolachas portuguesas para vender, andam pela praia aos berros quando uma pessoa tenta descansar. Sim porque estar na praia é altamente desgastante. Ou se calhar pensavam que a toalha se tinha estendido sozinha? É que tivesse sido apenas uma vez, mas, e por causa da areia, as cinquenta e quatro sacudidelas e consequentes estendilelas, deixam moças. Mais, quando vou ao banho, ninguém me leva ao colo. Tenho de andar na sacana da areia.

Está decidido! Nunca mais me esqueço dos binóculos! Ou compro uns suplentes para ficarem sempre no carro! É isso! Boa ideia!

O Cronista da Parvoíce © 2018

A Parvoíce Veranil #17


segunda-feira, 20 de agosto de 2018

A Parvoíce Alcoolista #6

Num bar, o empregado vira-se para o cliente:
- Estou a ver que o seu copo está vazio. Quer outro?
- Mas para que é que eu havia de querer dois copos vazios?

A Parvoíce Veranil #15


sexta-feira, 17 de agosto de 2018

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

O Verdadeiro Detective do Areal

O Verão propriamente dito, começou há pouco, ou como quem diz, o bom tempo, nomeadamente o sol e o calor, e a estação do ano entraram finalmente em concordância. E quando isso acontece, inicia-se uma das minhas actividades favoritas do ano: ir à praia.

Confesso que não sou muito fã da areia dentro dos calções e de muitas inconveniências balneares, e por vezes balear, quando senhoras imponentes dão a costa e teimam em permanecem deitadas na praia, quando regressar a casa seria a opção mais segura para o meu ecossistema visual. Mas o facto de o areal me presentear com beldades em biquíni (e com sorte, fazendo topless) é altamente motivador. Também pode ser uma fonte de distração e por causa dessas abstrações mentais perco sempre alguma coisa. Há dois anos perdi a chave do carro, o ano passado foram os óculos de sol e este ano, ontem, perdi o meu sobrinho, o Isaac.

Ontem, e para fazer um favor ao meu irmão, levei o meu sobrinho. Pessoalmente prefiro a Técnica do Cachorro, as mulheres derretem-se com muita mais facilmente, mas não tendo nenhum à mão, achei que iria safar-me com o miúdo. A minha mãe é que ficou preocupada quando soube. Invocou a minha irresponsabilidade como grande fator dessa preocupação, mas não vejo o porquê. Só o soltei da trela quando pisamos o areal. Para a descansar liguei-lhe mal cheguei à praia: 

“Olá Mãe! Já chegamos! Está um dia lindíssimo! A bandeira está verde e já nós instalamos nas toalhas. (…) Queres falar com ele!? Ok, eu passo-lhe o telefone… (Onde é que o raio do puto se meteu!???) Afinal não vai dar. Ele foi tomar um banho aquático. Foi para o mar. Não é uma afirmação estúpida. Os miúdos de hoje em dia têm brincadeiras estranhas. Podia estar a dar mergulhos na areia (…) Claro que não me esqueci das boias! Não me esqueci mesmo! Estão aqui a minha frente! (Olá jeitosa) (…) Já falas com ele! Deixa o miúdo brincar!”

E assim do nada deixei de saber onde ele estava. Preocupadíssimo, e depois de acabar de ler o jornal, fiz o que qualquer bom detective teria feito. Fui aos “Perdidos e Achados” e não é que encontrei as minhas chaves e os meus óculos de sol. Quando estava a sair de lá, conheci a Sabine, uma loira lindíssima, e como eu, amante e praticante de topless. “Bom dia! Tudo bem? Está um bom dia praia! Está sol, o mar está calminho e ainda não me entrou areia nos calções. Por acaso não viste…. Posso tratar-te por tu? (…) Não viste um miúdo que está provavelmente perdido? (…) Como ele é? Sei la…. É o meu sobrinho. Só o vejo de vez em quando. É baixo com cabelo castanho e os olhos também são castanhos. E esquecia-me de uma informação muito relevante. Tem uns calções vestidos e está como tu… Em topless e em boa forma, mas não lhe fica tão bem com a ti…”

O tempo passava e eu estava raladíssimo na esplanada, enquanto consumia minis e tremoços. A situação tornou-se insustentável, agarrei em mim e decidi avançar corajosamente e sem perder mais um minuto fui pedir o número a Sabine. Mas como já se fazia tarde e queria regressar a casa para ver o jogo. Comecei a chama-lo: “Isaac! Isaac! Isaac! Onde estás? Aparece ou a Avó vai chatear-me a cabeça! Já sabes como ela é! Isaac! Isaac! Isaac! Isaac!... Ah… Isaac! Estás aqui! Onde estiveste o dia todo? O que interessa é que estás aqui! Podemos ir embora! Só uma pergunta! A tua irmã?”

O teu pai vai matar-me!

O Cronista da Parvoíce © 2018

A Parvoíce Veranil #7