sábado, 27 de setembro de 2014

A Parvoíce da Leitura


"Do momento em que peguei seu livro até que o larguei, eu não consegui parar de rir. Um dia, eu pretendo lê-lo"
Groucho Marx

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

As coisas em que acreditava quando era pequeno

Quando eu era pequeno, mais pequeno, tinha umas crenças um tanto ou quanto criativas. Na ressaca do meu aniversário, e com o afastamento cronológico da meninice, achei interessante recordar alguns dos meus pensamentos infantis.

Quando era pequeno acreditava que se engolisse um caroço, uma arvore poderia nascer na minha barriga. Um dia engoli uma serie deles, eram caroços de cereja se não me engano. Imaginem a minha aflição: “Oh não! Vai-me nascer uma floresta na barriga!”

Também pensava que a “Eau de Toilette” vinha literalmente da casa de banho, visto que a tradução de “Eau de Toilette” é “água da casa de bano” do francês quer dizer isso. Imaginava os homens de manha irem a sanita e borrifarem-se com essa água. Daí o cheiro intenso desse tipo de perfume.

Quando jogava videojogos pensava de o “COMP” (computador) era alguém que estava noutro sítio qualquer a jogar contra mim. Alguém com uma profissão de luxo. Ser pago para jogar contra os putos que jogam sozinhos porque não têm amigos, é uma profissão de sonho. Eu queria ser computador quando fosse grande. Felizmente, nunca cresci!

Eu pensava, ou acreditava, que bastava tapar os olhos para me tornar invisível. Como não via os outros, provavelmente os outros também não me veriam. Para mim, um amigo invisível era alguém que andava constantemente com os olhos tapados.

Também acreditava que antigamente, vivia-se a “preto e branco” como nas fotos e nos filmes antigos. Ou seja, houve uma altura, uma época em que o mundo monocromático tornou-se colorido. -“Boas! Gosto muito da tua t-shirt! Esse cinzento claro fica-te bem!” – “Também gosto muito da tua camisola! Achas que vendem em cinzento-escuro?” –“Espera… O que está a acontecer a acontecer!? Que cor é essa?” 
–“Cor???” –“Sim, cor!” –“Agora, as miúdas vão perceber quando eu tiver pensamentos menos próprios!” –“Porquê?” –“Porque vou ficar colorido! Ainda não sei qual é a cor, mas…”

Quando era pequeno acreditava em muitas coisas, mas uma coisa é certa, eu era mesmo muito parvo.


O Cronista da Parvoíce © 2014