Quando eu era pequeno, mais
pequeno, tinha umas crenças um tanto ou quanto criativas. Na ressaca do meu
aniversário, e com o afastamento cronológico da meninice, achei interessante
recordar alguns dos meus pensamentos infantis.
Quando era pequeno acreditava que
se engolisse um caroço, uma arvore poderia nascer na minha barriga. Um dia
engoli uma serie deles, eram caroços de cereja se não me engano. Imaginem a
minha aflição: “Oh não! Vai-me nascer uma floresta na barriga!”

Quando jogava videojogos pensava
de o “COMP” (computador) era alguém que estava noutro sítio qualquer a jogar
contra mim. Alguém com uma profissão de luxo. Ser pago para jogar contra os
putos que jogam sozinhos porque não têm amigos, é uma profissão de sonho. Eu
queria ser computador quando fosse grande. Felizmente, nunca cresci!
Eu pensava, ou acreditava, que
bastava tapar os olhos para me tornar invisível. Como não via os outros,
provavelmente os outros também não me veriam. Para mim, um amigo invisível era
alguém que andava constantemente com os olhos tapados.
Também acreditava que
antigamente, vivia-se a “preto e branco” como nas fotos e nos filmes antigos.
Ou seja, houve uma altura, uma época em que o mundo monocromático tornou-se
colorido. -“Boas! Gosto muito da tua t-shirt! Esse cinzento claro fica-te bem!” – “Também gosto muito da tua camisola! Achas que vendem em cinzento-escuro?”
–“Espera… O que está a acontecer a acontecer!? Que cor é essa?”
–“Cor???”
–“Sim, cor!” –“Agora, as miúdas vão perceber quando eu tiver pensamentos menos
próprios!” –“Porquê?” –“Porque vou ficar colorido! Ainda não sei qual é a cor,
mas…”
Quando era pequeno acreditava em
muitas coisas, mas uma coisa é certa, eu era mesmo muito parvo.
O Cronista da Parvoíce © 2014
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