quinta-feira, 6 de junho de 2019

Crónicas Infantis #3: O Auxiliar em Encerramento Automóvel

Eu sou uma pessoa prestável. Eu gosto de ajudar os outros. É mais forte do que eu. Sou
assim. Só não sou um super-herói porque não fui picado por uma aranha geneticamente alterada, ou levei com um raio perto de substância química, ou não sou originário de um planeta distante.

Uma das minhas boas acções aconteceu no estacionamento de grande superfície. É estranho as minhas aventuras reincidiam sempre no mesmo local. Como dizia há pouco, sou muito prestável e um bom filho (tem dias). Como qualquer bom filho que se preze quis ajudar a minha Mãe. Como? Fechando todas as portas do carro. O único problema é que a chave ainda estava no contacto. Pormenores.

Pormenores que nos fizeram ir de transportes públicos até a casa, 6 km mais longe, para irmos buscar a cópia das chaves. Acho que ela não gostou muito da minha ajuda. Mas que culpa tenho eu de ser boa pessoa e querer ajudar?

O Cronista da Parvoíce © 2019

terça-feira, 4 de junho de 2019

A Parvoíce Expressiva #2

Crónicas Infantis #2: O Refúgio Automóvel

Como qualquer criança, adoro perder-me pela secção dos brinquedos e sempre que vou a uma grande superfície não desperdiço essa oportunidade. Se hoje em dia, é fácil encontrar a minha Mãe quando a perco de vista, antigamente era muito mais problemático.

As lojas podem ser perigosas para as crianças, basta um segundo para perder os nossos pais de vista e sermos levados por alguém mal-intencionado. Os meus pais sempre me disseram que se me perdesse nunca deveria ir ter ao carro porque é perigoso, e que nessas situações deveria ir ter a recepção.

Mas há aqui uma questão que se levanta. Sempre me ensinaram que não se deve falar com desconhecidos e quem é que está na recepção? Um desconhecido! Foi por isso que fui ter ao carro e, diga-se de passagem, que o encontrei logo. Acho que isso é de louvar. Confesso que fiquei desiludido com a atitude dos meus pais no momento do nosso reencontro. Estava à espera de um abraço e de uns beijos para festejar a minha capacidade de orientação, mas não, levei uma chapada.

O que é pior? Ir ter ao carro? Ou falar com desconhecidos? A segunda opção parece-me muito mais arriscada.


O Cronista da Parvoíce © 2019

domingo, 2 de junho de 2019

A Parvoíce da Genialidade Infantil


Crónicas Infantis: O Satisfaço Antibiótico

Eu sempre fui muito guloso. Sempre adorei gomas, chocolate com pão. Sim, chocolate com pão. E confesso que também gostava, e gosto do sabor dos antibióticos. Antigamente gostava de ficar doente, porque faltava à escola e a minha Mãe ficava a cuidar de mim. Mas o que gostava era de poder tomar a medicação, antibióticos inclusive.

Lembro-me de um desses felizes momentos, em que pude tomar o meu tão apreciado xarope. Mas como não fiquei satisfeito, bebi mais do que devia. E como sou muito esperto, enchi com o frasco até onde deveria estar. O que a minha esperteza da altura não tinha previsto, é que com mais água, o xarope ficou muito mais diluído, a cor clareou e fui apanhado.

Apanhado, mas muito satisfeito por ter bebido o antibiótico.


O Cronista da Parvoíce © 2019