sábado, 28 de junho de 2014

A Parvoíce Assertiva

“O meu clube estava à beira do precipício, mas tomou a decisão correcta. Deu um passo em frente.”

João Pinto

quinta-feira, 26 de junho de 2014

As Potencialidades do Potencial

Em todos os países, existe aquela pergunta, inequivocamente estúpida, mas que define a nação. Em França, questiona-se o propósito do bidé. Em que estava o gajo que o inventou aquele utensílio sanitário? Qual é a sua verdadeira finalidade? Foi concebido para lavar os pés? Outra coisa? Ou foi criado para albergar os dejectos estomacais de uma noite de bebedeira, quando a sanita e o lavatório estão ocupados por outros? Nos Países Baixos, discute-se qual é a melhor flora para símbolo nacional? A tulipa? O cannabis? Em Portugal, debate-se a questão do potencial.
 
Em Portugal, quando proclamamos que alguém tem potencial, é a morte do artista. Estamos a dizer, que num futuro mais ou menos próximo, vai tornar-se nalgo que não é. Falar do potencial dum individuo, é adornara inevitável e implacável verdade. Alguém com potencial é alguém a quem falta aquilo que é necessário. Uma besta com o potencial de ser bestial, mas uma besta na mesma.

Avaliar as potencialidades de um sujeito, é oferecer-lhe na hora da desgraça (as suas supostas qualidades acabam de ser trucidadas), uma saída honroso, uma hara-kiri motivacional. Morreu com a esperança de poder ser melhor. Mas morreu na mesma, e com a porcaria de uma katana espetada no ego, e não por nada mas é capaz de magoar um pouco.

Como qualquer português, nasci cheio de potencialidades. Poderia ter sido jogador de basquetebol se o meu potencial não tivesse estagnado no 1,63 m. Eu tinha tudo para atlético, mas os bolos, os doces, e muito provavelmente a cerveja travaram o meu potencial. O meu carro tinha todas as condições para ser um Porsche, tem 4 rodas, anda na estrada e consome 13 L aos 100 km/h, mas não é. Em suma, eu tinha o potencial para ser modelo e conduzir um carro topo de gama, mas sou um gajo baixinho, e gordinho e que conduz um carro todo quilhado (gasta gasolina como o catano!).

A Selecção Nacional está recheada de potencial, afinal aquilo é um conjunto de potenciais vencedores. Nunca vão ganhar nada. Em 2004, foi uma potencial vencedor, mas a Grécia é que ganhou. E desde daí a “Lei da Potencialidade” tem sido implacável Portugal. Ou Portugal tem sido benevolente com essa teoria, e não querendo refuta-la, tem continuado na sua senda de insucessos. Mas nada de aflições, pode ser que isto muda. Mal seja que com tanto potencial não aconteça.

O Cronista da Parvoíce © 2014

sábado, 21 de junho de 2014

sábado, 14 de junho de 2014

A Parvoíce Indecisa

“A Selecção não jogou nem bem, nem mal. Antes pelo contrário…”

Gabriel Alves

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A Importância do Bigode

Em Portugal, o bigode é mais que um adereço ou mera pilosidade, é o estandarte das nossas virtudes. Se é farfalhudo e enrolado pertence a alguém alegre e orgulhoso, se é pequeno e aparado revela moderação e sobriedade, se é generoso e definido pertence a um dono sociável e com boas maneiras. O bigode sublima e sublinha a personalidade do seu dono. E sublinhamos palavras para quê? Para evidenciar o texto!

Para além de ser um fantástico armazém para a comida, o bigode é um símbolo nacional tão indispensável como a bandeira, o hino, o fado, a mini e o tremoço. Verdadeiro pináculo da perfeição lusitana, ele revela-se através da sua óbvia presença facial, mas também pela mensagem escondida no seu nome. O bigode é a Benesse dos Imberbes que Garante a Obtenção de um Desígnio Extraordinário. Em suma, este vocábulo demonstra um destino bigodesco cheio de grandeza.

Se antigamente a pilosidade facial feminina era uma fonte incrível de reconhecimento no mundo circense, hoje em dia esse apreço verifica-se em festivais musicais de visão europeia. Confesso que esse fetiche piloso me faz alguma confusão. Imagine uma relação heterossexual com os pelos faciais como ponto comum na relação. Se já é difícil saber quem veste as calças? Então como vai ser descortinar quem é o líder com perfil pilífero daquela casa?
Mas é futebolisticamente que o bigode ganha contornos descomunais. Sempre me disseram que o futebol não é para meninas, é para homens de barba rija, mas confesso que sou frequentemente fustigado pelas dúvidas. Principalmente quando os jogadores estão mais preocupados com o penteado ou a fitinha que têm no cabelo. A ostentação daquele símbolo de masculinidade desfaria qualquer tipo de dúvida.

No decorrer dos jogos é frequente vermos os defesas oferecer aos avançados, uma ou outra trolitada violenta. Na minha modesta opinião, as entradas nunca são assim tão violentas e merecedoras de cartão vermelho directo. Só mesmo se partir a perna do adversário em três lados. Mas mesmo aí, acho que a culpa é mais do sofredor do que do causador. Para começar se bebesse mais leite, não era tão frágil e se ostentasse um bigode, o defesa nunca teria entrado assim. Ao ver o bigode, o defesa perceberia logo que o oponente é um gajo rijo e ele é que se arriscava a ficar magoado.

Gostava de relembrar a todos os meus compatriotas, que os tempos mais áureos da Selecção Nacional, o vice-campeonato europeu em 2004 e os terceiro e quarto lugar no Mundial em 1966 e 2006, foram alcançados quando o treinador ostentava um bigode. Quando em 1989 e 1991, um certo Carlos Queiroz tinha um bigode e treinava a selecção júnior, levou a Selecção Portuguesa até dois títulos mundiais. Vejam a como correu a ultima campanha mundialista com o mesmo selecionador, mas desprovido de bigode. Nada bem!

No último jogo particular, o Hugo Almeida marcou dois golos. Sim! 2 golos! Eu percebo que o binómio Hugo Almeida/Golo faz-vos alguma confusão. Fiquem descansados para ele também é confuso marcar golos. Só tenho uma explicação para repentina eficácia e não creio que seja uma coincidência. O bigode faz a diferença e agora ninguém o para. A não ser uma Gillette!

Enfim, o que queremos é dar Bigode as outras Selecções enquanto nos rimos nas suas barbas.


O Cronista da Parvoíce © 2014

sábado, 7 de junho de 2014

A Parvoíce Neutralizada

“O processo de neutralização do jogador pertence ao forno interno do clube.”

Jorge Jesus

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Um Mundo Futebolisticamente Surreal

As sociedades modernas estão repletas de vícios. Alguns mais patentes do que outros. Há quem goste de fumar e há quem goste de beber. Eu gosto de futebol e de pornografia. Com esta confissão deixei-os todos num profundo estado de choque e passaram a ver-me como um pervertido. Confesso que estou um pouco envergonhado com esta revelação, e sim não há duvida que alguém que consegue estar uma hora e meia a ver uns quantos indivíduos correrem atrás de uma bola, só pode ter uma mente perversa.
Decerto que acharão curioso, mas os vícios, para além de inocentes e indecentes, estão intimamente ligados. Afinal, ver futebol é como ver pornografia. Tem montes de acção (com excepção de muitos jogos da liga portuguesa), geralmente não conseguimos desviar os olhos daquilo. Mas quando acaba, perguntamo-nos sempre porque diabo desperdiçamos duas horas das nossas vidas com aquilo.

Este desporto tem o poder estranhíssimo de cessar a nossa racionalidade e atrofiar os nossos sentidos motores. No visionamento de um jogo, ficamos em estado de letargia cognitiva, refletida pelo simples facto de falarmos com um objecto inanimado, neste caso a televisão. Por muito que gritamos “CHUTA!” PASSA A BOLA!” “OLHA PARA AQUELE LADO, ELE ESTÁ DESMARCADO!” Ninguém acarreta as nossas ordens. Mas se resultasse? Se eles obedecessem? Não me parece que fosse uma boa coisa. Com milhões de ordens contrárias, os jogadores ficariam atrofiados (mais) e até estáticos. “Então Pá! Não te mexeste porquê?” “Desculpa, mas tava um dizer chuta, o outro passa… Fiquei sem saber o que fazer!”

Outro fenómeno curioso é o facto, o poder que o futebol tem em apelar a nossa bipolaridade. Num instante passamos de adepto “Dr Jekyll” a adepto “Mr Hyde” e vice-versa. E a coisa é bastante ridícula quando olhamos de fora. Basta uns maus jogos e temos a certeza que a nossa equipa é uma porcaria. Nesses casos, ELES são péssimos. Mas uns quantos jogos depois recheados de vitorias boas exibições, SOMOS os maiores.

O Cronista da Parvoíce © 2014


Esta foi a resposta ao desafio do André Silva Lopes

domingo, 1 de junho de 2014

Junho: O Mês do Futebol

Como estamos em mês de Mundial, um dos maiores acontecimentos desportivo do planeta, a temática deste mês não podia ser outra que o desporto-rei. As citações, as imagens e claro, as minhas parvoeiras vão ser todas futebolísticas. Mais ou menos…
Este mês, e através dos meus devaneios, mostrar-vos-ei um “Mundo Futebolisticamente Surreal”, também falarei da “Importância do Bigode” demonstrando a importância patriota que os bigodes tem e de certo modo apoiar o movimento “Portugal de Bigode no Mundial 2014”.

Como temos todos o dom incrível de opinar a distância sobre as mais diversas questões, vou vos provar que todos temos uma costela de “Treinador de Bancada”. É de conhecimento público que o Futebol está crivado de casos, casos sérios que por vezes levam a casos de polícia. É caso para tanto? Talvez! Vamos ter de averiguar esses “Casos”.

A Parvoíce da Cegueira Futebolística (03/06/2014)
Um Mundo Futebolisticamente Surreal (05/06/2014)
A Parvoíce Neutralizada (07/06/2014)
A Parvoíce do Fanatismo Desportivo (10/06/2014)
A Importância do Bigode (12/06/2014)
A Parvoíce Indecisa (14/06/2014)
A Parvoíce do Intelecto Pedonal (17/06/2014)
 A Parvoíce Leguminosa (21/06/2014)
A Parvoíce Metediça (24/06/2014)
As Potencialidades do Potencial (26/06/2014)
A Parvoíce Assertiva (28/06/2014)