Os peixinhos de aquário

Para não me cingir apenas a animais terrestre, decidi falar desta vez de um imponente e grandioso animal aquático: o peixinho de aquário. Ok! Não é grandioso, mas por vezes chega a ser imponente, basta, para isso olha-lo através daquele pequeno e ridículo aquário redondo. Pois aquele penico funciona assim como uma lupa. Mas voltando ao peixinho, que só pelo nome nos demonstra a sua insignificância. Esse termo, que dum certo modo podia ser carinhoso, acaba por torna-lo na chacota do mundo aquático. Peixinho!? Não havia nome mais gay!? Peixininho! Não!? Porque não, Peixão!? E não me venham com a desculpa do tamanho do aquário. Não é o peixe que é pequeno. É o aquário que é enorme. Bem, devo confessar que há muitos anos atrás tive um peixinho dentro de um aquário. Chamei-lhe Pitosga, por ele ter um olhar esquisito. Ao princípio achei graça porque tinha sido uma prenda de uma namorada mas cansei-me depressa. E do peixe também.

Ser peixe de aquário deve ser a forma de vida mais secante, salvo seja, que existe. Os peixes, para quem não sabe, têm uma memória de apenas 2 segundos. Tudo bem que sofrem de Alzheimer desde o dia em que nasceram, o que atenua um bocado a frustração, mas será justo que convivam perpetuamente com a sensação de déjà vu? Deve ser um real suplício, para alguém que, está sempre a descobrir que vive num espaço de meia dúzia de centímetros cúbicos. Creio que até quando há dois peixes recém-casados a partilhar um aquário, é como coabitar com um perfeito desconhecido. “Olá, o meu nome é Pistoga. E tu? Olá, eu chamo-me Pocahontas. E tu? Olá, o meu nome é Pistoga? E tu? Olá, sou a Pocahontas. E tu…?”. Imaginem a frustração que deve ter o peixe quando chega do trabalho, e pergunta a mulher o que vai ser o jantar: “Querida, cheguei! O que vai ser o jantar? Vai ser comida de peixe! querida, cheguei! O que vai ser o jantar? Vai ser comida de peixe! Querida, cheguei! O que vai ser o jantar? Vai ser comida de peixe! Mas quem é você? O que está a fazer no meu… Mas quem é você?”

Além do mais, pode parecer que não mas um peixe de aquário faz muito pouca companhia. Não o podemos levar a passear para o jardim, não podemos atirar objectos para ele apanhar. Acreditem, eu tentei e simplesmente não resulta. È que nem dão para nos meter com as raparigas, ninguém diz: “Tão fofinho que ele é! Como se chama? Marco! E o estranho do dono?” Estranho!? Porquê!? Acho normal um dono levar a passear o seu animal de estimação! E depois, também não são seres lá muito obedientes. Dizia-lhe: “Pitosga, rebola! Senta! Faz um mortal! Pitosga, faz bolhinhas!”. E ele, nada. Mas o pior, é que ele nadava mesmo!

Felizmente para ele, era um peixe com tendências suicidas. Volta e meia saltava do aquário e lá tinha eu de o apanhar do chão para o pôr de novo de molho. E no dia em que finalmente consegui que ele me obedecesse, morreu. Eu disse assim: “Pitosga faz um salto mortal!” E não é que fez mesmo! Caiu directamente no balde de água que tinha detergente. Foi preciso ter azar. Nunca faço a porra da limpeza e logo naquele dia, pumba. Desde daí nunca mais a fiz, fiquei traumatizado (Boa desculpa!). O pior de tudo é que não foi a queda no balde que o matou. Eu tirei-o de lá a tempo e até o lavei com Fary. A verdade é que me esqueci de voltar a pô-lo no aquário. É caso para dizer que sem poder cortar os pulsos, optou pela morte a seco.

Ainda hoje mantenho o aquário no mesmo sítio e acho que foi melhor assim. Dá-me muito menos trabalho. Agora só raramente é que lhe mudo a água…

Este texto é dedicado a Pitosga (14-02-2013/15-02-2013)! Rest in peace!

A Parvoíce Policial

“Se eu prefiro os gatos aos cães, é porque não existem gatos policias.”

Jean Cocteau

Os ornitorrincos

O ornitorrinco é o Castelo Branco do Mundo Animal. Estes dois têm a particularidade de iludir aqueles que os rodeiam. Um é macho e outro põe ovos. Aposto que vos deixei com a cabeça a roda, O Castelo Branco põe ovos? Só pode! Porque macho não é! Mesmo não parecendo macho, não deixa do ser. O ornitorrinco tem a particularidade única de ser único mamífero vivíparo, ou seja, gosta de armar-se em galinha e de pôr ovos.

Se formos rigorosos, não nos podemos esquecer do Coelhinho da Páscoa. Afinal esse malandro também arranja ovos e garanto-vos que não são obra nem do Espírito Santo, nem do Willy Wonka. Aqueles ovos são todos filhos do referido coelho, fruto de relacionamentos extra-raciais com aquelas oferecidas que encontram em quaisquer galinheiros.

Para além dessa história dos ovos, os ornitorrincos emitem um gemido um tanto ou quanto aterrador, muito semelhante aos sons emitidos pelos porteiros de discoteca, o famoso “grrrr”. Esse som, o “grrrr”, não é mais que o seu “Grito de Ipiranga” contra o resto da comunidade animal que o ostraciza. O pobre animal sente-se revoltado por não ser aceite pelos mamíferos, porque poe ovos, e pelas aves e répteis, porque é um mamífero. Mas convenhamos que a aceitação dessa estranha combinação por parte dos outros animais não deve ser fácil.

Todos nós sabemos a existência dos políticos e da honestidade, como encararia a estanha combinação “político honesto”? Decerto que os iria olhar com desconfiança.

Parvoíce Animalesca (2)

Porque é que o elefante não luta boxe?

Porque tem medo de levar na tromba.

Os louva-a-deuses

Tal como acontece na família dos aracnídeos, onde as aranhas fêmeas comem os machos durante o acto reprodutivo, ou pinocanço para os desentendidos, isso também acontece com os Louva-a-deus. Nessa espécie, as fêmeas chegam mesmo a arrancar a cabeça durante o coito. 
Curiosamente essas práticas sadomasoquistas, direi mesmo fatalistas, são recorrentes no reino dos insectos, e isso deixa-me profundamente chocado. Como é possível estes senhores insectos deixarem-se comer pela fêmea?! Com franqueza! E não venham com a conversa do "Mas... Ah e tal as fêmeas têm o triplo do nosso tamanho!" Deixem-se de coisas! Vocês são uns fraquinhos! Desde de quando é que as fêmeas comem os machos, porque macho que é macho não é comido, come. 
Imaginando um casamento de Louva-a-deus: 
"Hoje é dia de festa em Relvapolis, neste momento está a decorrer a boda entre o casal de louva-a-deus Américo e Felisbela. Os dois anseiam pela noite de núpcias, principalmente a Felisbela que vai poder satisfazer todos os seus desejos, fome incluída. O Américo nem imagina o que lhe espera. Ele nem sonha que vai ter, ou deixar de ter (a cabeça). Ele sempre desejou pinar até cair para o lado e garantidamente as suas preces foram ouvidas. Mais, vai ser uma fanesgada valente, daquelas que nos fazem perder a cabeça.

(Já na parte final do casório)
Padre: Até que o jantar vos separa!
Américo: Até que o jantar vos separa!? Diz sempre isso?
Padre: Não! Depende da hora em que é celebrado o matrimónio!
Américo: Como assim?
Padre: É simples, se for de manhã digo: até que o almoço vos separa! 
Américo: A serio?
Padre: Sim e se for depois da hora de almoço digo: até que o lanche vos separa!
Américo: Mas, porquê?
Padre: Porquê? Você não sabe?
Américo: Não sei o quê?
Padre: O que acontece na noite de núpcias durante a cópula.
Américo: Não
Padre: Pois! Calculo! Porque assim não casaria!
Américo: Está a dizer o que eu estou a pensar!?
Padre: Sim… 
Américo: Ou seja, logo a noite vou ao tacho!
Padre: Ah pois! Não te safas, ela tem o triplo do teu tamanho!
Américo: Tou tramado! Por isso é que o senhor prior sempre me disse que a virgindade era o caminho a seguir! E que devia ter ido para o seminário!
Padre: Eu bem te avisei! Porque achas que não vieram machos ao teu casamento?
Américo: Ahhhh agora entendo! Isso quer dizer que o meu pai…
Padre:… Também foi comido!? Sim!
Américo: Mas minha mãe sempre me disse que ele tinha perdido a cabeça e nos tinha abandonado.
Padre: E não mentiu! Ela apenas não te disse a cabeça foi arrancada por ela!
Américo: Então também é por isso que os meus amigos não vieram hoje! Alias nunca mais os vi desde da despedida de solteiro.
Padre: Desde que foram ter com as meninas?
Américo: Pois…
Padre: O problema dos jovens de hoje em dia é que nunca escutam quem sabe!
Américo: Como é que me safo agora?
Padre: Não te safas! Só te resta rezar!
Américo: Rezar?
Padre: Sim, visto que não és rabilau, é tua única hipótese.
Américo: Acha mesmo que é altura para isso!?
Padre: Nunca tarde! Porque achas que nos chamam louva-a-deus?
Américo: Não sei! Nunca tinha pensado nisso!
Padre: Pois! Mas devias porque as únicas hipóteses de nos safarmos de uma morte certa é ou irmos para padres ou rezar que a noiva escorrega no vestido e parte a cabeça!

A Parvoíce Pseudo-animalesca

“Os homens são animais muito estranhos: uma mistura do nervosismo de um cavalo, da teimosia de uma mula e da malícia de um camelo.”

Aldous Huxley

As aranhas

As aranhas sempre foram mal vistas, mas principalmente pela população feminina. Nunca percebi muito bema origem desse medo e como um insecto tão pequenino pode assustar tanto? Sejamos francos, as aranhas não têm nada de indestrutível. Pelo contrário. Uma simples pisadela,vassourada, ou “sprayzada” basta. Podem ver que soluçoes para este problema não faltam.Uma coisa é certa, se as aranhas foram inventadas foi para alguma coisa. Acredito que tem um papel preponderante no nosso ecossistema, apesar de desconhece-lo. Uma coisa vos posso garantir, as aranhas são importantíssimas para a economia. Pensem no comércio de insecticidas, e nas teias de aranhas que as empresas de limpezas retiram, verão certamente que eu tenho razão.

Também é importante referir a extrema importância que este insecto teve na vida do jovem Peter Parker. Sem a famosa picada da aranha, nada de Spider-Man ou Homem-Aranha. Pronto. A aranha foi alterada geneticamente mas convenhamos que é apenas um pequeno pormenor. Imaginam o que teria sido a vida dele, se não houvessem aranhas. Como ficava ele? Homem-coiso? Já há um! O famoso membro do Quarteto Fantástico já tem esse nome. Só não percebi, se o nome tem alguma coisa a ver com o coiso? Mas voltando ao Peter Parker, sem o pormenor aranhiço nunca teria comido a sua vizinha boazona, a MJ Watson. Alias, é por isso que nunca arrumo o meu quarto. Assim, poderão surgir amigos aracnídeos e quem sabe tornar-me-ei super. Com esses novos poderes alcançaria o que por tanto ansiei, para de ajudar os mais necessitados, também conseguiria pinar a tão desejada boazona que é a minha vizinha do lado. Não fiquem chocados com o meu desabafo. Afinal Peter Parker, que é uma figura pública, fez o mesmo.

Como deve ser de conhecimento de muitos as aranhas fêmeas, comem os machos durante o acto reprodutivo. Ou seja, as fêmeas vivem para comerem os machos e não contrário. Sendo assim, a vida de macho no mundo aracnídeo não deve nada fácil. Ou melhor, deve ser curtíssima. Já estou a imaginar dois amigos aracnídeos que querem perder a virgindade e vão para a night.

Jacinto: Olha-me para aquela boazona!

Felisberto: Eiaaaaaa! Bem boa! Sabes quem é?

Jacinto: É a Gertrudes! Hoje tou um pouco cansado! Podes ficar com ela!

Felisberto:: A serio!?

Jacinto: Sim! Hoje não tou em forma! De certeza que a minha primeira vez não ia correr bem!

Felisberto: Obrigadão! És um amigão!

O Felisberto vai ter com a Gertrudes e pina até cair para o lado. Literalmente. Pouco depois, surge a notícia da morte do Felisberto. O Jacinto vai ter com os amigos e conta a triste noticia.

Jacinto: Não vão acreditar no que aconteceu. A Gertrudes comeu o Felisberto.

O que não decerto não sabem é que há espécies de aranhas, em que o macho sobrevive ao pinocanço. Eles apanham uma mosca e embrulham na bem embrulhadinha, e de seguida dão-na a fêmea e assim enquanto ela a come, eles fazem o servicinho. Sabendo dessa técnica o Jacinto vai ter com a Gertrudes e claro não se esqueceu do lanchinho.

Jacinto: Ah tavas com fome!? Toma-la! Pumba! Dedico-te esta, Felisberto!

Parvoíce Animalesca

Qual é o animal mais antigo do mundo?

É a zebra, que ainda é a preto e branco.

As hienas

O Mundo Animal alberga uma variedade incontável de espécies, e algumas são do mais original que possa imaginar. Obviamente que quando falo em originalidade animal refiro-me a falta de estética que alguns apresentam. Assim de repente vem-me duas espécies a mente: o Abel Xavier e as hienas.

Como seria demasiado assustador e traumatizante (aquela mão no Euro 2oo0 deixou sequelas irreparáveis) falar do Abel Xavier. Por isso, pensei que seria muito menos traumático e muito mais enriquecedor falar das hienas.

Apesar do seu aspecto assustador, o olhar estranho e o sorriso esquisito, as hienas estão sempre bem-dispostas. Sempre a rir. Mesmo quando comem porcarias, como os cadáveres que apanham riem-se. Porque as pessoas quando vêem uma mosca na sopa pedem o Livro Vermelho e não se riam um pouco? Afinal é carne que vão comer de borla! A verdade é que a fisionomia da hiena é inalterável, nasce assim (com os olhos bem abertos e a dentição bem definida: Quando eu era pequenino, Quando eu era pequenino, Acabado de nascer, Acabado de nascer, Ainda mal abria os olhos, Ainda mal abria os olhos, Já eram para te comer, Já eram para te comer) e continua feliz com risadas constantes. Nada de recorrer a cirurgias mirabolantes porque não gosta do seu aspecto.

As hienas são exímios caçadoras, e apesar de não serem corredoras de velocidade, dao primazia à resistência, aguentando assim longas correrias (que podem durar kilometros), mas comem preferencialmente “carcaças” que roubam outros predadores menos atentos. Muito espertinhas, assim cansam-se menos.

A sociedade das hienas é dominada pelas fêmeas, que têm níveis de agressividade muito altos e segregam inclusive hormonas masculinas. Ou seja em casa das hienas, as fêmeas usam pelos e bigodes.

Finalmente, é importante, e uma vez por todas acabar com a fraude que tem sido o Rei Leão. Supostamente o herói da história é o Simba, mas os mais atentos decerto perceberam onde está o verdadeiro heroísmo. Afinal quem acabou com o mauzão (Scar) não foram as hienas!?

Abril: O Mês das Retroparvoíces Animalescas

As hienas (05/04/2013)

As aranhas (11/04/2013)

O louva-a-deus (17/04/13)

Os ornitorrincos (23/04/13)

Os peixinhos de aquário (29/04/13)