terça-feira, 4 de junho de 2019

Crónicas Infantis #2: O Refúgio Automóvel

Como qualquer criança, adoro perder-me pela secção dos brinquedos e sempre que vou a uma grande superfície não desperdiço essa oportunidade. Se hoje em dia, é fácil encontrar a minha Mãe quando a perco de vista, antigamente era muito mais problemático.

As lojas podem ser perigosas para as crianças, basta um segundo para perder os nossos pais de vista e sermos levados por alguém mal-intencionado. Os meus pais sempre me disseram que se me perdesse nunca deveria ir ter ao carro porque é perigoso, e que nessas situações deveria ir ter a recepção.

Mas há aqui uma questão que se levanta. Sempre me ensinaram que não se deve falar com desconhecidos e quem é que está na recepção? Um desconhecido! Foi por isso que fui ter ao carro e, diga-se de passagem, que o encontrei logo. Acho que isso é de louvar. Confesso que fiquei desiludido com a atitude dos meus pais no momento do nosso reencontro. Estava à espera de um abraço e de uns beijos para festejar a minha capacidade de orientação, mas não, levei uma chapada.

O que é pior? Ir ter ao carro? Ou falar com desconhecidos? A segunda opção parece-me muito mais arriscada.


O Cronista da Parvoíce © 2019

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