domingo, 12 de outubro de 2014

O Pingo Rebelde

Ao longo da nossa vida, lidamos com situação bastantes embaraçosas, ao ponto de fazer de “Só eu sei, porque deveria ter ficado em casa”, o nosso hino pessoal. Quantos de nós já foram para escola com as meias por cima das calças? E com sapatos diferentes? E com a camisola do avesso? Ninguém!? O quê! Isto não pode ter acontecido apenas a mim! Podem ser imunes a maioria da panóplia infindável desse tipo de situações, mas se és homem (com o atributo que comprova a tua masculinidade) é impossível teres escapado ao grão-mestre do ridículo: o pingo rebelde.

É inevitável, e por mais sacudidelas que dês, aquele malfadado pingo resistente aguente-se firme até decidir de estragar a tua noite. Os mais afortunados molharão apenas os boxers, os mais azarados, como eu, ficarão com as calças marcadas pelo infortúnio.  

Comigo acontece sempre te tenho um encontro. Pior, No primeiro. Para dizer a verdade, nunca tive mais de um com a mesma mulher. Durante o meu último jantar fui vitimizado pelo pingo rebelde. Espero que a Sara não tenham ficado com a ideia que não aguento com um decote e que preciso de uma ida a casa de banho para extravasar os impulsos. Ou que apesar de somente ter bebido 5 litros de álcool durante o jantar, a minha arca não aguentou o dilúvio, devido ao seu tamanho. Não é fácil ser homem!

E depois as mulheres têm a ousadia de afirmar que a masculinidade traz mais vantagens em questões urinárias. O facto de urinar de pé, não é por si só um benefício. Sim! Podemos fazê-lo em qualquer parte, sendo obviamente a casa-de-banho mais adequado. Uma vez fi-lo nas flores a frente de casa e a minha Mãe não achou muita piada. Tenho culpa dos lilases não serem resistentes a urina? A verticalidade urinária implica o medo constante da entaladela no fecho (doí-me só de pensar nisso) e da vistoria das calças, com uma inspeção a pente fino da presença de resíduos. No domínio sanitário impera a lei da selva, é cada um por si (nós não vamos aos pares), não perguntamos uns aos outros se tamos pingados ou não. Confesso que seria bastante estranho e amaricado. -“Desculpa, mas podes ver se estou pingado?” –“O quê? Queres que eu olho para onde?... Rabeta!”

Com isto tenho de voltar para o meu encontro e aproveitei esta ida a casa de banho para falar um pouco deste flagelo da rebeldia pingante. Já demorei muito e desta vez não vou estragar tudo. Vou ter um segundo encontro! Está garantido… Ohhh… Não acredito… Estou todo pingado…. Outra vez… Vou ficar sozinho para sempre!!!

O Cronista da Parvoíce © 2014


Foi assim que respondi ao desafio do Fábio Gaspar

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