terça-feira, 15 de abril de 2014

Os Benefícios de iniciar o dia “à pão e água”

A forma como iniciamos o dia é fundamental para o decorrer do mesmo. Dizem que o pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia e não duvido. Conheço uma enfermeira que vaticina que iniciar o dia com uma refeição equilibrada em pão e água só pode ser benéfica e até pode salvar vidas. Por outras palavras, se começar o dia com essa alimentação específica, eu posso tornar me num herói. Daqueles que salvam bebés quando caem do 5º andar.

Confesso que esta história heroico-alimentar me deixou com várias dúvidas, e com perguntas por sinal bastante pertinentes: “Sempre que o meu pequeno-almoço tiver uma incidência aguada e panificada tenho de rondar os prédios todos para evitar a queda de bebés? Ou só aqueles que têm 5 ou mais andares? Se ele cair do 1º andar? Tem de ser salvo?”

É óbvio que o bebé tem de ser salvo, quer vindo do 5º ou 1º andar, mas no segundo caso parece-me muito menos heróico. Há muito menos dramatismo e suspense. É mais uma questão de reflexos. Existe até uma norma no manual de “Heroísmo Urbano”, o art.45 secção b: “qualquer salvamento de bebés, com uma queda inferior ao 4º andar, não é considera heróica”. A comunidade não nutriria de qualquer reconhecimento ou valorização do esforço. Seria como uma nódoa impossível de sair do cadastro de um herói. Salvar aquele bebé seria o mesmo que salvar uma cortadora de relva.

E digamos que salvar uma criança, proporcionar-me-á um grande sentido de reconhecimento/admiração vindo dos pais. Num gesto de profundo agradecimento a mãe, a irmã, a tia ou a prima podem estar tentadas a faze-lo de uma forma mais intensa. Obviamente eu recusaria tal gesto, dependendo da morfologia das mesmas. Agora se eu salvo o cortador de relva? O que me vai acontecer? Não me parece que esse salvamento não seja muito proveitoso, quer a nível físico (aquelas coisas pesam), quer nível pessoal. Será que posso confiar nalguém que vive num apartamento e mesmo assim tem um cortador de relva?

Isto tudo para dizer o quê? Simplesmente que aquela enfermeira tinha razão. Numa manhã, depois de ter sido apanhado em flagrante a olhar para um decote onde não devia. O namorado da jovem espetou-me um papo-seco (pão) nos ventres e cuspiu-me (água) para a cara. Comi e calei. Para os compensar, e como ainda não estou restabelecido do meu entorse no pulso, dei-lhes duas caixas de preservativos que acabara de comprar. Evitando assim que tenham, para já, bebés. Assim a criança não nascida não arrisca-se a cair de qualquer andar.

O Cronista da Parvoíce © 2014

Nota: Este tema foi tramadíssimo e confesso que tive uma tremenda dificuldade em escrever algo de jeito, de tal forma que fiquei 2 dias perante uma folha que persistia em ficar em branco. E depois lembrei-me: “Porque é que não vais buscar uma caneta?” “E porque não fazer diretamente no PC?” “E que tal comprar um PC?” “Quando tiver o PC talvez seja melhor pagar a luz!”


E assim respondi ao desafio do Bruno Ferreira

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