sexta-feira, 17 de maio de 2013

"Tirar o Cavalinho da Chuva"

A língua portuguesa tem uma expressão, “tirar o cavalinho da chuva”, que é usada quando queremos transmitir a alguém a ideia, que deve desistir de um determinado assunto, de um determinado objectivo. Esta frase é, grosso modo, a versão longa, assim como animalesca e meteorológica, do “não”.

Confesso que a particularidade animalo-climatérica desta expressão sempre me intrigou, mas o medo, dos resultados duma pesquisa na Internet, atormenta-me. Pois a junção da palavras “chuva”, “cavalinho” e “tirar” podem revelar-se perigosas num pesquisador. Para além que a possibilidade de visualizar um clima húmido entre Homens (neste caso mulheres) e equídeos não me entusiasma.

A origem desta expressão foi para mim, e durante muito tempo, um mistério. Não conseguia imaginar o momento criativo que tinha potenciado esta tirada. Após muitas horas de reflexão, precisamente 3 minutos e 48 segundos, desculpem estava a esticar-me foram apenas 3 minutos e 46 segundos, conclui que o único motivo plausível para esta criação só pode ter sido este: o Transtorno Afectivo Motivado Por Afastamento. É de realçar o papel fulcral da mulher nesta invenção.

Talvez não saiba o que é um Transtorno Afectivo Motivado Por Afastamento, mas depois de conhecer o seu acrónimo, TAMPA, tudo ficará mais claro. É importante relembrar que a primeira vez que esta frase foi proferida, o cavalheirismo e a boa educação reinavam e o meio de locomoção predilecto era o cavalo.

Imagino facilmente a cena em que um cavalheiro se aproximou de uma donzela, primeiramente num objectivo puramente social, mas também humanitário, com a ideia da preservação humana em mente. Infelizmente, e como nem sempre se consegue espalhar magia como pretendido, as tampas surgem. Umas mais subtis que outras…

Cavalheiro: Gostava de saber se a menina se quer juntar a mim na degustação desse fantástico chá?
Donzela: Lamento mas vou ter de recusar a sua oferta.
Cavalheiro: Mas…
Donzela: Não insista! É melhor tirar o cavalinho da chuva…
Cavalheiro: O cavalinho da chuva?
Donzela: Sim!
Algum tempo depois de a donzela retirar-se, o cavalheiro continua a pensar no que a donzela disse.
Cavalheiro: Tirar o cavalo da chuva!? Mas que raio!? Eu não tenho cavalo! Eu vim a pé! E nem sequer está a chover!

Pois…

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