quinta-feira, 29 de maio de 2014

A Narcolepsia Cognitiva Masculina

Aposto que não são poucas as vezes em que enfrenta aquele aparente entorpecimento intelectual que te deixa com um olhar vago. Já conseguiste explicar o que se passou com o teu cérebro naquele instante? Ou dizer para onde a tua mente foi transportada? Não acredito! Podem estranhar esta minha descrença, mas depois de revelar este segredo e o destino dessa viagem mental, certamente que irão perceber.

Quando alguém está silencioso, pensativo, não está prestes a resolver todos os males que assolam a humanidade. Está num momento de extrema javardice. Viajámos mentalmente num instante. Do segundo para outro, estamos no famosíssimo Mundo dos Sonhos, ou Mundo Lunar (“Estar na Lua”), uma realidade alternativa erótico-badalhoca.

O homem é um ser racional, e como tal pensa frequentemente, mais concretamente em gajas. Nuas de preferência. Nuas e bastante antipáticas. Não por terem um fetiche sadomasoquista, mas a simpatia não é um predicado importante no mundo da porcalhice. É mais difícil criar um enredo jarvado com alguém simpático.

Para muitos a simpatia é uma qualidade, um atributo moral relevante, mas no mundo da jarvadice é o contrário. Quando classificamos alguém de simpático e esse alguém é uma mulher, nunca teremos pensamentos impróprios com essa pessoa. Só mesmo no caso de sermos cegos, ou sermos cegos. “Tenho uma amiga que te quero apresentar!” “É boa?!” “Não, mas é simpática!”. Está tudo dito!

O homem é um ser bicéfalo, ou seja, está munido de duas cabeças pensantes mas nunca simultaneamente. Quando uma pensa, a outra está a descansar. Sempre que aparece uma gaja boa, acontece um adormecimento cerebral repentino, uma narcolepsia cognitiva. Durante reparamos no vazio refletivo do entorpecido, daí a sua ausência de resposta quando acaba de vivenciar esse fenómeno. “Estavas a pensar em quê?” “Em nada!”

O Cronista da Parvoíce © 2014

E assim respondi ao desafio do André Silva Lopes

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