segunda-feira, 24 de setembro de 2018

A Parvoíce Segundeira #4


A Importância do Piaçaba na nossa Sociedade


Desafio do Nuno Pereira

No limiar das nossas forças, e em situações de grande dificuldade, surgem sempre grandes ideias. Muito por influência do que nos rodeia. Uma revista no chão. Um rolo de papel higiénico. O bidé. E mesmo aquela estranhíssima escova de dentes gigante: o piaçaba. Confesso que sempre achei o Feng Shui sanitário muito inspirador. A casa de banho possui um incrível poder. Consegue retirar o melhor e o pior que há em mim. E sempre quando estou sentado na sanita.

Nos momentos de grande concentração, patrocinados pelo meu drunfo intestinal, várias questões de importância capital assolam a minha mente. Será que as pessoas cegas conseguem ver os seus sonhos? Será que as agulhas para as injecções letais dos condenados à morte são esterilizadas? Será que o papel higiénico vai chegar? É incrível nas merdas em que uma pessoa pensa enquanto caga.

Num desses grandes momentos de reflexão, comecei a olhar para o piaçaba doutra forma, e percebi o quão é importante numa sociedade moderna. Muitos consideram o seu valor discutível, e menosprezam a sua utilidade. Estes habilidosos do sem-espinha são indiferentes a terrível crise identitária que ele sofre. Verdadeiro Patinho Feio das casas de banho é gigante no mundo das escovas-de-dente e anão no reino das vassouras.

Mas na verdade, o piaçaba é mais que um utensílio sanitário, é a ferramenta primordial para a nossa sobrevivência social. A sua importância transcende a sua existência física. A sua essência metafórica é o espelho do nosso comportamento em sociedade. As nossas vidas estão repletas de excrementos sociais. Porcaria que fizemos, voluntaria ou involuntariamente, e da qual nos libertamos, nos limpamos. O piaçaba social intervém nestas situações, nos momentos em devemos proteger os que nos rodeiam. Evitar os danos “culaterais”.

Por norma, eu não gosto de usar as casas de banho dos outros. Quando o faço acontece sempre desgraças. Lembro-me de uma vez em que o piaçaba salvou a minha vida social e sexual. Nesse dia tinha ido jantar a casa da Joana, e sabia que o desfecho da noite só poderia ser um. Era noite de espalhar magia, entre outras coisas. Ela estava na cozinha quando senti a tragédia bater a porta. Eram gases, mas não só. Uma verdadeira “cocótástrofe”. Tentando libertar-me dessa trovoada intestinal, fui a correr para a casa de banho. Maldito cozido da véspera. E depois de alguns minutos de esforços imensos, ganhei finalmente a luta contra a minha barriga. E num gesto vitorioso, como que mandando foguetes, puxei o autoclismo.

Mas infelizmente, tinha cantado vitória cedo demais. No fundo da sanita, permanecia o esforço dos minutos anteriores, o cocó rebelde. Estupefacto puxei novamente o autoclismo. Mas incrivelmente, e num esforço quase sobre-humano, o meu cocó resistia no turbilhão da sanita. Ele parecia insubmersível. Nunca vira um assim. Uma verdadeira força da natureza. Ao menos tempo, estava à espera de quê? É meu. Num ato de desespero, puxo novamente o autoclismo, e digo adeus ao meu bravo cocó com um misto de alívio e tristeza. Mas não fora embora sem lutar, e deixara as marcas da sua resistência na sanita. Felizmente, havia uma piaçaba por perto e eliminei as provas do crime.

Logo depois fui ter com a Joana, e disse-lhe que deveria chamar um canalizador para arranjar a casa de banho. É inadmissível ser preciso puxar 3 vezes o autoclismo por causa de uma mijadinha de nada. Nessa noite, o piaçaba salvou-me a noite e verifiquei que é realmente o instrumento ultimo para sobrevivência social.

O Cronista da Parvoíce ©

E se Ele é Feio?


Aviso: Está prestes a ler um texto com Humor Negro. O conteúdo do mesmo poderá chocar os mais sensíveis.

Ganhei recentemente o medo parental, vivo apavorado com a ideia de um dia poder ser pai. Não interpretem mal! Eu gosto de crianças e também não duvido das minhas futuras capacidades paternas. Mas se ele é feio? O que é que faço com ele? É que se fosse muito burro, ele teria sempre um futuro no desporto, na portaria de discotecas ou até em Reality Shows. Mas se ele é feio? Qual é o meu futuro perante a paternidade? Fujo? Nego que é o meu filho?

Não consigo imaginar qual seria a minha reacção ao vê-lo pela primeira vez: “Olá… Fi… Ficou alguma coisa dentro da minha mulher? Parece que faltam Peças… A sério?! O que é isto?” Imagino o Doutor a tentar descansar-me: “Está a vê-lo ao contrário”. E eu aliviado e olhando vou sentido correto: “Ahhh! Fico mais descansado!... Afinal não…. É mais bonito ao contrário! Agora a sério! Onde está o verdadeiro? É mesmo este? Não dá para devolver? Está novinho em folha! Não tenho quinze dias para isso?” E o que dizer a minha esposa quando me perguntasse o que acho do bebé: “Então nosso filho? É lindo?” Sem saber muito bem o que responder diria: “Humm… Mais ou menos… Como dizê-lo… Humm…. Lembraste aquele doce que fizeste para o meu aniversário? Aquele que estava com bom aspecto, o teu filho…” Ao que ela diria: “O nosso!” E eu, com uma prontidão incrível, responderia: “Pois… Não consigo ver as parecenças! De certeza que nunca me enganaste? Não há problema! Não fico nada chateado. Voltando ao doce, lembraste como ele ficou depois de ter caído ao chão? O bebé está igual!”

Se todos os bebés são lindos, estou sinceramente preocupado com o futuro deste. Dizem que bebés feios podem vir a ficarem bonito. Mas quando? De certeza que entraria todas manhãs no quarto do rebento com a esperança da magia ter acontecido. “Olá… Fogo… Ainda não foi desta!”

E se um dia, ele vira-se para mim e pergunta-me se o acho bonito, o que faço? Minto? Digo a verdade? Claro que digo a verdade. -“Diz-me papá! Sou bonito?”-“Humm… Não! Mas tens o sentido de humor!”-“Gostas de mim na mesma?” –“Humm... Não! Humm... Gosto... Mas não tanto como se não fosses tão feio! Vá la brincar… Pega na bola e vai jogar para o cruzamento! –“Mas é perigoso!” – “Naõ é nada, desde que vás para estrada quando estiver verde para os carros, correrá tudo bem… para mim!”

Como mais vale prevenir que remediar e evitar esse tipo de situações delicadas, decidi tomar uma decisão drástica. Todos dias faço uma vasectomia manual, a chamada a masturbação preventiva. Tenho a perfeita noção do meu charme e sei que qualquer aproximação feminina pode terminar em procriação. Portanto, e sempre que posso masturbo-me. Masturbo-me antes de levar o lixo. Masturbo-me antes de ir passear o cão. Masturbo-me por tudo e por nada! Assim não corro riscos desnecessários.

Tenho um encontro logo a noite, vou tomar um banhinho e claro… Mas antes tenho de tirar este saco da cabeça.

Darth Parvor ©

As Qualidades Oculares Femininas: Uma Espécie de Ode ao Olhos da Ana

Desafio do Bruno Ferreira
Palavras Impostas: Vesícula, retro-escavadora, traineira e pancreatite
Género Humorístico: Absurdo

É mais forte que nós. Direi mesmo que é uma questão genética. Ou até de sobrevivência. Um homem que não olha para uma mulher não é homem. “Ao dizer isso estás a ser homofóbico!” Nada disso! No momento do avistamento feminino, os intentos masculinos não são obrigatoriamente erótico-badalhocos. Pensando bem! São quase sempre! Mas há quem esteja a vislumbrar uma mulher para uma apreciação de moda. Esta categoria de analista é bem menor. Há muitos mais javardos por aí.

Como homem tem a obrigação moral de olhar para as mulheres a todo o momento. O problema é quando alguém surge, a namorada, para nos impedir e limitar o nosso campo de observância. Por isso, e durante toda a minha viva tenho vivido com o pânico de um dia, um dos meus relacionamentos resultar. Não vos passa pela cabeça como é preocupante, estar na eminência de ser bem sucedido no amor. Não é que me dê mal com o compromisso. Mas o facto de alguém me estar constantemente a perguntar: “Estás a olhar para onde?”, assusta-me um pouco.

Sim, porque ela sabe perfeitamente para onde estou a olhar. Mesmo com a minha visão condicionada, não deixo de ter a capacidade de deslindar belezas estrondosas que o destino colocou muito amigavelmente no meu caminho. Com os anos criei alguns subterfúgios. Sempre que passa uma beldade, eu simulo uma dor. A minha namorada fica aflita e vai pedir ajuda. E eu fico a olhar para elas. Da última vez queixei-me da vesicula e disse-lhe: “Sabes bem que tenho aquele problema na vesicula!” Ela ficou assustadíssima: “O problema do pâncreas está a afetar a vesicula?! É melhor ires ao hospital. Como também te queixas das amígdalas e dos rins é mais seguro fazeres uma ablação disso tudo”. Resultado: Acabei com ela! Mas fui operado na mesma! Não podia desperdiçar a oportunidade de observar enfermeiras diariamente!

Há dias, numa conversa com uma amiga, a Ana, ela fez uma estranha afirmação: “Já te topei a olhar para as gajas! És um autentico rebarbado!” Rebarbado!? Não gosto desse termo. Sou um observador nato! Isso sim! Mas observo qualquer coisa. Abstenho-me se a observação tiver alguma conotação marítima. Baleias, traineiras, isso não é para mim. Há demasiado para observar e processar e tudo que é em exagero é prejudicial a saúde! Em casos pontuais, e principalmente no verão, observo mais perto do mar. Mas limito-me ao areal. “E as sereias? Também são seres marítimos!” Já viram alguma? Eu nunca! E é um risco! Uma sereia pode ser metade mulher e metade baleia!

Quando olho para as mulheres, quando as observo, estou somente a procura das suas qualidades que estão muitas vezes dissimuladas por baixo de outras… personalidades. E nesse sentido, para melhorar essa mesma procura, é possível que me veja a circundar a observada. É um gesto meramente cientifico. É chamado “Método da Retroescavadora”. Quando era miúdo nunca sabia qual era a parte da frente da maquina, então, e para ter uma melhor perceção andava a volta dela. Fazendo uma análise mais completa. É o que estou a fazer quando ando a volta de uma jovem. Estou a observa-la e a ficar enjoado. Andar a roda deixa-me indisposto. Posso tomar medicação para essa indisposição, mas com a quantidade de mulheres que existem, teria de andar medicado constantemente. E não sou drogado. Se bem que isso é de homem (dizem alguns) e observar mulheres é para homens.

Voltando a conversa com a Ana, durante a mesma conversa ela perguntou-me a algo que me deixou quase sem resposta: “Quando olhas para mim, o que te atraí mais?” Respondi o que qualquer um teria respondido: “O teu par… de olhos… São lindíssimos!” E com tanto para elogiar, o facto de ter valorizado a sua parelha ocular foi bastante pertinente. Nem todas têm um par visual para ser elogiado.

Há mulheres com um olho. São difíceis de encontrar, mas existem. Podemos encontra-las na biblioteca, na secção mitológica, nos livros sobre ciclopes. Não gosto muito de falar com elas, acho que são surdas e tenho de gritar para me ouvirem. E na biblioteca não se pode fazer barulho. Ou são surdas ou armam-se em deusas. Falo com elas e nunca me respondem. As outras usam palas, vivem em alto mar e enveredaram por uma carreira na pirataria. Mas como enjoou facilmente e faço alergias aos papagaios nunca me envolvo com esse tipo de mulheres.

“Se os meus olhos são assim tão bonitos, explica-me porque é já te apanhei ao olhar para o meu peito?” Eu nunca olhei para o peito dela! E nem de outras! Pode ter acontecido uma olhar preocupado para a caixa torácica, mas só que parecia com problemas respiratórios. Ou porque o brilho dos teus olhos obrigou-me a olhar para baixo. Já sei o que vais perguntar o vais perguntar a seguir. Vais perguntar de que cor são os teus olhos. Isso interessa! A verdade é que os teus olhos, demasiados belos para serem visto por mero mortal me obrigam a contemplar outras partes do teu corpo. A culpa é dos teus olhos.

Já agora! De cor são eles?

O Cronista da Parvoíce ©

A Canícula Polar

Desafio de Wait aí uma beca 


Palavras Impostas: bidé, distribuidor, pónei, sacarose e xilofone

Nunca fui grande apreciador do mau tempo e tem uma explicação lógica e do foro desportivo. As intempéries obrigam-me a fazer algo que não gosto muito: correr. “Mas tu gostas de jogar a bola e no futebol tens de correr! Tenho se não poder ficar a mama e quando tenho de correr não faço. O meu pónei mental, o Faísca (ele tem um relâmpago e o numero 95 tatuado no lombo), é que cavalga até a bola. Essa é razão de por vezes não chegar a tempo de segurar o esférico. Monta-lo, verificar se está tudo ok para prosseguir a marcha… Enfim um processo demoroso.

A verdade é que padeço de canini spiritus, o chamado espírito canino, corro sempre atrás de algo, uma bola por exemplo. Antigamente perseguia os carteiros e alguns carros, mas deixei-me disso. A medicação também ajudou. Também corria atrás das moças até aquela ordem do tribunal e o encontro com o punho daquele namorado furioso. O gajo era um autentico distribuidor de socos.

“Mas qual é a relação do mau tempo com a corrida?” Calma, estou quase a chegar ao ponto. O Faísca está ocupado e tenho de ir por mim mesmo. É agora! Já cheguei! Quando chove corro para me abrigar e quando está frio corro para me aquecer. Simples?! O único senão é que sempre que faço esse tipo de fuga climatérica tenho de ingerir sacarose liquidificada (água com açúcar). E como não estou habituado a correr fico com tontura depois. “Porque é que não montas o Faísca?” há um pormenor que talvez vos escapou: o meu cavalo anão é imaginário! Fazer perguntas sobre algo que não existe! Faz algum sentido? O problema é que o meu fiel mini corcel está sempre a comer e tanto esforço físico pode provocar-lhe uma congestão. Para alem que só gosta de andar ao sol. É como eu. Dê-me sol e fico contente.

O sol traz-me felicidade por vários motivos, mas o principal é a influência determinante que ele tem sobre a indumentária feminina. Quanto mais sol, menos roupa. E nem é preciso estar muito calor, bastam uns raios solares mais visíveis e o objetivo primário dos homens, despi-las mentalmente, está facilitado. Sendo que é dificílimo desnudar alguém que está protegido aproximadamente por sete peças de vestuário. Sim! Eu contei! Esse
desnudamento nem sempre corre bem. Tento ser discreto, mas a discrição torna-se difícil quando somos apanhados. Eu tenho um problema, entre inúmeros outros, sempre que estou a despir alguém, literal ou figuradamente, toco xilofone. Não consigo evitar.

Mesmo sendo um fervoroso opositor do frio, e ultimamente tem estado um verdadeiro calor soviético, uma canícula polar, só pactuo com esse abaixamento de temperatura quando faz com que algumas senhoras permanecem totalmente tapadas. Eu sei que La Bruyère disse: “não existem mulheres feias, só existem aquelas que não sabem fazer-se belas”, mesmo assim para esses B.I.D.É.s, mulheres com Beleza Interior Demasiado Évidente (évidente = quando é mais que evidente e até de uma forma exagerada), e no intuito de poupar os olhos sensíveis (e farto de despir lindas damas), a canícula polar deveria reinar por muito tempo.

Afinal não! Gosto mais de calor! Volta Sol! Estás perdoado!

O Cronista da Parvoeira ©

A Intempérie Potente

Premissa: O que define uma verdadeira tempestade? 

Palavras Impostas: Cabra, tractor, Ferrari, chocolate e esquentador. 

Palavras Proibidas: vento, frio, neve, temporal e soprar. 

Eu nunca gostei do mau tempo. Ninguém gosta de do mau tempo. É para mim uma verda
de absoluta. Como é que posso afirmar isso? Fácil. “Não podes dizer isso, há quem não gosta de bom tempo!” Verdade. Há quem não aprecie muito o sol como os vampiros ou os góticos. Mas pensem comigo, se não são amantes dessa meteorologia, posso afirmar que, para eles o bom tempo, é na verdade mau tempo. Generalizando, qualquer condição atmosférica adversa a sua preferência, é de facto mau tempo. Impressionante com a minha capacidade raciocinativa? E o melhor é que tenho esses acessos de genialidade frequentemente. Para isso basta eu consumir, como dizê-lo de uma forma subtil, sem parecer que sou um drogado e/ou um alcoólico? Para quem não sabe este desafio foi proposto pela a minha mãe, por isso convém manter a ilusão do filho perfeito. Felizmente, não sou eu! Já sei! Basta eu consumir substâncias inspirativas, que são para o meu intelecto, o gás que faz funcionar o esquentador.

Sendo feito o esclarecimento sobre o conceito de mau tempo, que varia dependendo do apreço climatérico, é importante falar das verdadeiras intempéries, as chamadas tempestades, que são uma mixórdia de coisas bem desagradáveis. As tempestades são o pináculo das intempéries. É o Ferrari do mau tempo. Não tenho nada contra os Ferraris, tenho três ou quatro na estante. Não é por nada, mas acho que não teria mãos para aquilo. Pior. Se tempestade fosse ciclónica, nem teria pés, estaria a esvoaçar por aí. É por isso que em termos meteorológicos prefiro um Fiat Uno.

Uma tempestade é um clima “TRACTOR”, ou seja, um Tempo Realmente Abjecto Causador de Transtornos Objectivamente Ruinosos. porquê? Qualquer alteração climatérica que implica arrefecimento e/ou molha é nefasta para a masculinidade. Se for uma de grande escala, pior ainda. Como é sabido essas características climáticas não propícias para o enaltecimento masculino, bem pelo contrário, elas favorecem o minguamento dos atributos. Nunca se questionaram sobre o facto de a quantidade de roupa aumentar consoante o piorio do tempo. Pensavam que era coincidência? Os homens são uns mariquinhas! Não aguentam nada! É por isso? Coitadinhos! Têm medo de um pequeno esfriamento! É tudo falso! Se os homens se agasalham tanto é por uma causa maior e para que essa mesma causa não fique menor perante o arrefecimento.

Mais. Se estiverem atentos, repararam que mesmo perante adversidades climáticas, a maioria das mulheres tende a estar mais exposta, enquanto os homens não. E ainda bem! Não vou mentir, uma boa pernoca é sempre uma boa pernoca, de inverno ou de verão. Eu gostava de não sofrer perante as intempéries, o chamado encolhimento precoce. Seria uma mais valia para todos, mas principalmente para mim. Pouparia muito em vestuário. Poderia até não andar nu pela casa e pelas ruas da cidade. Não vamos exagerar. Andar pela casa despido acarreta riscos desnecessário. Tenho dois cães e nunca se sabe, a fome canina pode originar confusões involuntárias. Andar nu pelas ruas da cidade também está fora de questão, pelo menos enquanto a minha tablete de chocolate abdominal não estiver restabelecida. Neste momento está somente derretida. Seria catastrófico para a minha reputação, aliar uma minoração genitália e um derretimento abdominal.

Também sei que o mau tempo é necessário e uma peça fundamental no bom funcionamento dos ecossistemas, mas eu passo bem sem ele. É verdade que as mudanças climatéricas são importantes na sua preservação. Eu sei que alguns insectos prejudiciais ao desenvolvimento de algumas culturas são erradicados com o auxílio das baixas temperaturas (e este foi o momento BBC Vida Selvagem), mas como disse, o meu ecossistema está bem sem elas. A única bicharada que afecta o meu terreno orgânico, não contando com o caruncho biológico, é a cabra, mas a alcoólica. Eu não tenho nada contra o bicho em si. Agora a outra. Essa sim. Essa mexe com o meu ecossistema e consegue deixar-me indisposto.

Com isto tudo, não expliquei o que é uma verdadeira tempestade. E o que é? É mau tempo, mas mesmo mau, não aquele mau que é bom, porque o bom é mau para quem não gosta. Não sei porquê, mas acho que o clima está a afectar o meu raciocínio.

O Cronista da Parvoíce © 2018