segunda-feira, 12 de março de 2018

O Encanto Baleeiro


Desafio da Margarida Sousa

Palavras Impostas: “Logo se vê”, jaquinzinho, Marta, vermelho e sacos de café.

A Primavera, que é uma das minhas estações do ano favorita, está a porta. E sabem porque gosto tanto dessa estação? É simples! É a antecâmera para a minha época favorita: o Verão. É quando se proporciona a concordância entre a estação do ano e as condições climatéricas, inicia-se uma das minhas atividades favoritas do ano: ir à praia para avistar beldades no areal. Se estiverem a fazer topless, melhor ainda, mesmo se isso me deixa um pouco vermelho. 

Confesso que não sou grande adepto da areia e só de pensar que a porcaria da areia que se pode alocar nos meus calções. Eu sou da opinião que cada coisa deve permanecer no seu devido lugar. A areia pertence ao areal, não aos meus calções. Para além que me provoca uma comichão incrível e não é fácil seduzir alguém na praia enquanto coço virilhas e pareço fustigado por um ataque epilético sub-abominável (há muito que os abdominais não moram por estes lados). É o chamado “Efeito Jaquinzinho”. Sabes que aquilo é bom, mas se for demasiado vai fazer-te mal. Com a areia é a mesma coisa. Aquilo é bom devido às beldades em biquíni, mas os malditos grãos nos calções. 

Eu passo o ano ansiando pelos dias em que poderei ir à praia e praticar um dos meus hobbies favoritos: o apalpanço mental e isso apesar de todas as inconveniências balneares, e por vezes baleeiras, quando dão a costa e permanecem deitadas na praia, não deixo de ir à praia. Eu não tenho nada contra senhoras com estaturas imponentes, mas prefiro tamanhos mais reduzidos. Mas em tudo! Gosto de ver calções curtinhos! Topes! Enfim, sou uma pessoa discreta e gosto de manter um certo mistério amoroso. Daí nunca me declarar, assim o amor é sempre misterioso. Pensando bem, não sei se é uma boa estratégia e deve por isso que a minha futura namorada casou com outro. Já percebi o porquê de ela nunca aceitar os meus convites e responder-me sempre com um “logo se vê”. Ela não gostava de mistérios. 

Sei o que o estão a pensar. Por acaso não sei, mas se soubesse seria bastante engraçado. Mas para isso teria de ser mentalista, uma espécie de ipod mental, e isso seria mesmo muito engraçado, melhor ainda, lucrativo, ou obsceno se estivesse a ler uma mente enquanto alguém vê um filme pornográfico. E isso seria triste, para quê ler uma mente badalhoca, quando podemos ver o filme e ter a nossa própria javardice mental. Isto tudo para dizer o quê? Ainda bem que tive cuidado com aqueles dois sacos de café. Tudo bem que me acertaram em cheio na mioleira, mas se os tivesse bebido depois, estaria pior. Sem sono e com vontade de ver filmes.

Mas voltando ao pensamento inicial, aquele que não descortinaram. Acredito que haja admiradores de baleias. Pessoas com encanto baleeiro, pessoas que gostam de cetáceos tudo bem, agora sereias?! Sendo essa mi-mulheres, mi-baleias! Parem com os M.A.R.T.A., os Mergulhos na Areia Reveladores de Tontice Absoluta, ou façam-nos com ditam as regras. Não podem mergulhar de cabeça! Façam como eu! O pior o que me aconteceu é ter partido umas falanges. Fiquei sem ver filmes durante um certo tempo, é pena não saber ler mentes na altura. 

O Cronista da Parvoíce © 2018

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