segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A Aloé Vera

Este desafio foi sugerido pelo João Rocha

Ainda bem pouco tempo, enfrentei o período mais negro da minha vida, fiquei sem luz. Como estava desempregado, tive de racionar as economias para os bens primordiais, e fazer escolhas, difíceis, mas óbvias. Entre pagar a luz, a água, e a assinatura da Playboy, escolhi, e não faria sentido outra coisa, a última. Mas pouco depois apercebi-me que sem electricidade é difícil ir a Internet  e num intuito meramente educativo, consultar toda a pornografia disponível.

Assim sendo, e como o saber não ocupa lugar, para alem que seria uma pena desperdiçar tanta informação púbica, achei por bem arranjar um trabalhito e acabei como vendedor de porta a porta de produtos de beleza. Em pouco tempo tornei-me no melhor amigo das mulheres, metrossexuais e de todos aqueles larilas que usam esse tipo de produtos. Para todos os que não queriam os meus produtos, tornei-me num autêntico terror, transformei-me num verdadeiro Jeová da Cosmética.

Foi através desta minha experiência cosmético-comercial que descobri a Aloé Vera, o Santo Graal dos produtos de beleza, e nas suas impressionantes e inúmeras aplicações em artifícios embelezadores. O que me faz mais confusão, quem, como e quando foram descobertas essas potencialidades. É que, e não querendo ser preconceituoso, aquilo é cacto. Uma cena que pica bastante.

Não sou nenhum especialista em cactologia, mas penso que aquele tipo de planta encontra-se nos desertos, e por norma, aqueles sítios quentíssimos, com a água rarefeita, e mal frequentado (muitos camelos são vistos naquelas redondezas) são propícios a devaneios desidratados.

O próprio nome, Aloé Vera, só pode ter sido fruto de uma profunda desidratação. Imagino um tipo, vagueando pelo deserto, e num ato de loucura agarra nesse tal cacto e grita: “Aloooooo! é a Vera?” “Mas tu não dizes nada? Não te oiço! Porcaria de rede…” “Olha lá! Não quero ser indelicado mas tu picas!”.

Uma coisa é certa, quando esse mesmo tipo foi encontrado, e depois de estar perdido no deserto durante montes de tempo, mesmo desidratado, tinha a pele extremamente bem tratada. A Aloé Vera faz milagres.

O Cronista da Parvoíce ©

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