Este Desafio foi proposto pelo Edgar Carreira e Sofia Amorim

Como gosto sempre de levar alguma coisa quando sou convidado, fui ao mercado em busca de vinho contrafeito. Aproveitando a sabedoria mercantil, tentei dissipar as minhas dúvidas relativamente aos caracóis. Os feirantes foram muito prestáveis, e a troca de muitos euros, explicaram o que são caracóis e nada têm a ver com cabelos.” Mas afinal o que é um caracol?” Perguntei eu. Um gentil feirante, com o nome Lelo da Purificação, rindo-se (talvez por estar familiarizado com a espécie) respondeu: “São aqueles bichos que andam com as casas às costas!” “Ciganos!? (Foi a primeiro coisa que me veio a cabeça, depois dos seios da Sónia que imaginava através do colete-de-forças) Eu não sou canibal!”. Com essa afirmação, o olhar gentil do homem tornou-se hostil, e percebendo que o mercado se tornara num lugar aterrador, preferi pôr-me na alheta.
Quando cheguei a casa dos meus amigos para a tal caracolada, alguém teve a bondade de me mostrar o pitéu. Assim percebi que mesmo sendo animais com cornos, a minha refeição não iria ser bifes. Afinal, ia comer aqueles ranhosos. Eu não percebo porque não disseram desde o início que ia comer lesmas com casca, tinha evitado muitas chatices.
Depois de saber, realmente ao que vinha fiquei logo enjoado. Alguns dos meus amigos alegaram que os caracóis (chamem-lhes o que quiserem) são muito mais asseados que as galinhas. Dizem que este animal, ao contrário dos galináceos, nunca pisa porcaria. Ele desvia-se. Pudera, como pode pisar alguma coisa se não tem pé, nem patas. As galinhas podem pisar aquilo que quiserem, eu deixo sempre as patas para os outros. Para ser franco o termo caracolada, também não me tranquilizou muito. Caracolada soa-me a bacanal de caracóis, e como sou um rapaz simples que não gosta de misturas, optei pelo frango no churrasco.
O Cronista da Parvoíce ©
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