segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

As Caracoladas

Este Desafio foi proposto pelo Edgar Carreira e Sofia Amorim

Até bem pouco tempo nunca tinha ouvido falar em caracoladas e quando fui convidado para uma, fiquei muito intrigado, nunca tinha ouvido falar disso. Como todos quando tenho dúvidas sobre alguma coisa vou a biblioteca investigar. Estou brincar! Fiz a minha pesquisa na NET, onde descobri que as caracoladas são petiscos com caracóis. Quando soube isso, tentei escapar a essa petiscada alegando um encontro amoroso de última hora. Ninguém acreditou em mim, porque supostamente ninguém do seu perfeito juízo sairia comigo. O que é a mais pura das verdades e daí os meus encontros serem sempre com alguém saído do manicómio. Tanto insistiram que acabei por aceitar o convite, mas confesso que comer caracóis não me fascinou muito. Já se imaginou a comer os cabelos do Marco Paulo? Fiquei um pouco aborrecido de cancelar o encontro com a Sónia, ia ser a nossa primeira vez…sem o colete-de-forças.

Como gosto sempre de levar alguma coisa quando sou convidado, fui ao mercado em busca de vinho contrafeito. Aproveitando a sabedoria mercantil, tentei dissipar as minhas dúvidas relativamente aos caracóis. Os feirantes foram muito prestáveis, e a troca de muitos euros, explicaram o que são caracóis e nada têm a ver com cabelos.” Mas afinal o que é um caracol?” Perguntei eu. Um gentil feirante, com o nome Lelo da Purificação, rindo-se (talvez por estar familiarizado com a espécie) respondeu: “São aqueles bichos que andam com as casas às costas!” “Ciganos!? (Foi a primeiro coisa que me veio a cabeça, depois dos seios da Sónia que imaginava através do colete-de-forças) Eu não sou canibal!”. Com essa afirmação, o olhar gentil do homem tornou-se hostil, e percebendo que o mercado se tornara num lugar aterrador, preferi pôr-me na alheta.

Quando cheguei a casa dos meus amigos para a tal caracolada, alguém teve a bondade de me mostrar o pitéu. Assim percebi que mesmo sendo animais com cornos, a minha refeição não iria ser bifes. Afinal, ia comer aqueles ranhosos. Eu não percebo porque não disseram desde o início que ia comer lesmas com casca, tinha evitado muitas chatices.

Depois de saber, realmente ao que vinha fiquei logo enjoado. Alguns dos meus amigos alegaram que os caracóis (chamem-lhes o que quiserem) são muito mais asseados que as galinhas. Dizem que este animal, ao contrário dos galináceos, nunca pisa porcaria. Ele desvia-se. Pudera, como pode pisar alguma coisa se não tem pé, nem patas. As galinhas podem pisar aquilo que quiserem, eu deixo sempre as patas para os outros. Para ser franco o termo caracolada, também não me tranquilizou muito. Caracolada soa-me a bacanal de caracóis, e como sou um rapaz simples que não gosta de misturas, optei pelo frango no churrasco.

O Cronista da Parvoíce ©

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