terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A espeleologia nasal rodoviária, ou a mestria de tirar macacos do nariz ao volante

Este Desafio foi sugerido pelo Bruno Sousa

Sou, por natureza, um condutor calmo e na maioria das vezes consigo controlar-me e evitar qualquer perda de controlo. É muito raro atropelar velhotas que teimam em demorar uma eternidade na passadeira. Até mesmo as arrependidas, aquelas que chegadas a meio da passadeira, voltam param trás.

Mas se há uma coisa que me tira do sério são os engarrafamentos. Quando estamos retidos num, não há como fugir. É nessas alturas que solto e começo a tirar macacos do nariz.



Como não são poucas as vezes que fico preso naquelas teias rodoviárias, para mim as macacadas têm sido intensas. Não é para me gabar mas já sou um mestre em tirá-los, qualquer momento da condução é propício a extracção de símios nasais, até a alta velocidade consigo fazê-lo. Antigamente quando enfrentava uma remoção mais complicada parava, ou aguardava até encontrar uma portagem ou um engarrafamento. Tornei-me, inclusive, num pro do “lançamento polegar”, técnica que consista em livrar-se do excremento nasal (EN) extraído, num simples gesto dedal. Nem sempre fui um guru nessa arte, e inúmeras vezes a trajectória do EN não foi a mais desejada. Ou acabavam contra o pára-brisas, o volante, ou pior ainda, contra o pendura que teve a infeliz ideia de subir no meu carro.
 
Como disse anteriormente, eu não gosto muito de engarrafamentos, é uma mania minha, gosto de chegar ao destino atempadamente, mas o ultimo até teve uma coisa boa. Pude constatar que não sou o único a aproveitar qualquer oportunidade para explorar as grutas nasais enquanto circulo nas estradas portuguesas. Depois com os vários condutores, que como eu estavam retidos na fila, decidimos fazer algo para passar o tempo. E assim nasceu, nas estradas portuguesas, a “macacada olímpica”, que consiste num lançamento de macacos. Infelizmente, não fui o grande campeão dessa prática. A grande vencedora conseguiu projectar os seus macacos até uns impressionantes 32 metros.

Mais tarde, soube que o engarrafamento foi provocado por um acidente, devido ao condutor estar a tirar macacos do nariz. Pelo menos é o que as provas indicam, assim como o dedo indicador do sujeito alojado na sua narina esquerda.

O Cronista da Parvoíce ©

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