quinta-feira, 23 de junho de 2016

A Invisibilidade Manual

Quando era criança sonhava poder voar como o Super-homem, correr como o Flash, ou nadar como o Aquaman. Mas com o tempo desvendei o segredo dos seus poderes. A verdade é que todos estes heróis são uma cambada de drogados. Como sei isso? Os tempos de faculdade e as varias sessões de aromaterapia recreativa que tive, foram bastante elucidativas.

Bastava uma sessão dessas e tal como o Homem de Aço, a minha mente voava e estava eu no meio das nuvens. Tornava-me tão lento que os outros pareciam velocistas estonteantes. Relativamente ao Aquaman…. Sejamos francos… Os seus poderes não são assim tão impressionantes. Afinal o SpongeBob tem os mesmos. Mas sim…. Acreditar que o SpongeBob existe, revela uma inalação frequente daquela fumaça holandesa.

Enquanto perseguia o sonho de ter aqueles poderes, nunca dei valor à capacidade única que todas as crianças possuem: o dom da invisibilidade. Todos tivemos esta fantástica habilidade. Bastava colocarmos as mãos em frente aos olhos e… PUFF… desaparecíamos.

Em criança nunca reparamos das vantagens e das potencialidades dessa invisibilidade manual. Dava jeito quando jogamos às escondidas, e mais? Hoje em dia, essa habilidade seria-me bastante útil e económica. Porquê? Pouparia todo aquele dinheiro investido em câmaras ocultas. E não foi pouco! Com este dom poderia presenciar as maravilhas da anatomia feminina em directo do balneário.

Falo no passado como se tivesse perdido esse poder, mas na verdade ainda o tenho. Ainda há dias coloquei as mãos em frente aos olhos e perguntei a minha mãe se me via e o facto que fiquei mesmo invisível. Não foi logo, provavelmente por falta de prática. Mas à 24 ª vez e depois de perguntar novamente, “Mamã! E agora consegues me ver?”, ela respondeu, “Não filho! Desta vez ficaste mesmo invisível!”

Está decidido! Amanhã vou para os balneários! Fogo! Afinal não dá! Para usufruir do dom da invisibilidade tenho de tapar os olhos e depois como é que vejo as meninas? Ainda bem que não cancelei a encomenda das câmaras ocultas!

O Cronista da Parvoíce ©

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