quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Os Filmes de Terror

Eu considero-me um cinéfilo e como alguém bastante ecléctico no que toca a cinematografia, mas existe um género cinematográfico que não consigo acompanhar. Essa revelação vai muito provavelmente pôr a minha masculinidade em causa, mas a verdade é esta, não gosto de filmes de terror. Tenho medo! Faço pesadelos e é chato acordar com os lençóis molhados!

Eu posso não gostar de filmes assustadores, mas continuo a ser muito macho. Eu vejo muita pornografia e ver pornografia é de homem. Alias, no Art. 27, alínea 3-a do Hominem Codex, está referido que um homem que tenha medo dos filmes de terror, será considerado mesmo assim muito másculo, se, e só se, for um verdadeiro adepto de pornografia.

Eu não vi muitos filmes desse género, pelo menos do início ao fim, mas todos aqueles que vi, tinha mais ao menos a mesma história. E não é por nada, mas os protagonistas destes filmes são sempre muito estúpidos. Eles conseguem alugar uma casa isolada do resto do mundo. Grosso modo, um sítio para onde ninguém iria, e há cerca de 25 anos houve uma carnificina, mas mesmo assim eles vão.
E quando chegam a mansão alugada por uns trocos, o que não dá mesmo para desconfiar, são recebidos por um mordomo frankensteinesco, e muito pouco profissional visto que desaparece sempre nos momentos fatídicos. Momentos que acontecem mal o filme começou, após apenas um quarto de hora de filme, já houve uma catrefada de mortes. E foram todas mortes violentas.

Como dizia há pouco, os protagonistas são muito estúpidos, mesmo após todos estes acontecimentos deveria instalar-se uma espécie de desconfiança, mas não, tudo na maior. Até agora morreram 3 pessoas, e ainda falta chacinar 2. E é nesta altura que um dos sobreviventes, quase sempre o mais gordo, diz que ouviu um barulho na cave e outro no sótão. Ele acha que é melhor verificar. Estúpido! No lugar dele ficava sentado e armado com qualquer coisa (facas, garfos, colheres, palitos, cotonetes, qualquer coisa!) num sítio que dê para cobrir todos os ângulos e assegurar uma melhor defesa. E assim vai ser difícil o operador de câmara falhar o assassino.

Justamente era mesmo deste caramelo que eu queria falar. Era pedir muito um plano 
completo do assassino. Depois de mais de uma hora de filme ver só as mãos ou os pés ou até as costas do assassino, as pessoas tem tendência a ficarem aborrecidas. Se eu tivesse um operador de câmara assim, eu despedia-o. É que mesmo que ficássemos a saber quem ele é, não iríamos avisar os protagonistas. Pessoalmente não sinto confortável a ligar para desconhecidos e não me vejo gritar: “Cuidado ele está atrás de ti!”. Dificilmente nos conseguem ouvir, relembro que eles estão num sítio remoto e isolado de tudo, de certeza sem rede.

E também não gosto do facto dos filmes serem quase durante a noite. Assim o filme não fica nada alegre. Mas isso acontece frequentemente nos filmes de vampiros, às 11h30 é de dia e ao 12h15 já é de noite. A verdade é que os protagonistas não vão a Roménia para bronzearem e sem uma longe noite o filme seria chato. Como é que o vampiro iria surpreendê-los?


É por estas e por outras que não os vejo, mas principalmente porque me assustam e muito. 

O Cronista da Parvoíce © 2015

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