terça-feira, 26 de março de 2013

As noites solitárias

Há dias, acordei apavorado. Eu estava sozinho em casa, como sempre, e oiço um barulho estranho. Parecia que alguém tinha tocado algumas notas no piano que tenho no primeiro andar. Quem poderia ser!? O Pai Natal!? Impossível! Nem sequer estamos em Dezembro! Um ladrão!? E logo um virtuoso! Só me faltava essa. Mas depois, lembrei-me que nem sequer tenho piano, nem primeiro andar. Devia ser apenas o toque do meu telemóvel. Mais uma vez a minha mente atraiçoou-me. É no que dá passar a noite sozinho.

O problema disto tudo é que me não senti só apenas naquela noite. Ao longo dos tempos, a minha solidão nocturna tem sido uma constante. As minhas noites passam ora dormindo (eu sei que todos dormimos durante noite, mas duvido que se deitem, como o faço, logo que anoiteça), ora jogando damas, ora visionando clássicos da pornografia internacional. Como estava farto de programa deprimente, decidi fazer algo e gritei alto e bom som: “Hoje é o dia em que argaço as mangas e empunho o meu destino”. Até calha bem, hoje é dia de visionamento.

Mas como fazer para deixar de ser solitário!? Arranjar novos amigos! Foi o que fiz e assim conheci o Lucas. Era um rapaz de poucas falas, mal se dava por ele, mas só via em noites de grandes bebedeiras. Como se ele soubesse sempre onde me ia embebedar. Infelizmente, a nossa amizade não durou muito tempo. Já não se fazem amigos imaginários como antigamente. Ainda me lembro do Fred, grande amigo, mas curiosamente, e tal como aconteceu com o Lucas, depois de tomar frequentemente a medicação nunca mais o vi.

Depois de algum tempo, encontrei a melhor solução para o meu problema, arranjei uma namorada. Os meus amigos já me tinham falado dessa possibilidade, e realmente, tinha razão. As noites nunca mais foram as mesmas, ora jogo às damas, ora visiono os meus clássicos, ora durmo, mais nunca sozinho.

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