Aviso: Está prestes a ler um texto com
Humor Negro. O conteúdo do mesmo poderá chocar os mais sensíveis.
Sempre olhei para o desporto
como algo fascinante. Cansativo. Mas fascinante. Até pensei tornar-me atleta de
alta de competição. Cheguei mesmo a inscrever-me na equipa de atletismo da
escola. Depois de duas corridas, fiquei cansado e desisti. Duas corridas!? Na
verdade, foram mais dois passos.
Eu desisti, mas o meu amigo
João continuou. E não é que se tornou no rei das pistas de tartan, de tal forma
que chamavam-lhe “Tartan, O Titan”. Sempre que corria ouvia-se a mesma pergunta
estúpida “É um avião? É um pássaro?...”.
Mas são parvos ou quê? Não vêm que é o João!
Ele tinha tudo para ser um
atleta de eleição, mas aquele trágico acidente. Tudo aconteceu naquele maldito
cruzeiro. Lembro-me de tudo. Eu estava lá. Tínhamos bebido um bocado, e fomos
apanhar ar. Não sei se por força ondulação, ou mais da graduação (alcoólica),
mas ele estava um pouco pálido. De tal forma, que me disse: “Vou precisar da tua ajuda, para virar isto
de borda fora”. E eu como amigo que sou, dei-lhe um empurrão e ele caiu ao
mar. Só mais tarde percebi, que era só para lhe pôr os dedos a goela.
Penso que a queda deve sido
complicada. Ele não parava de gritar enquanto o corpo fazia ricochete no casco
do navio. Mas ele até teve sorte. Não partiu nada. Nem uma perninha, nem um
bracinho. Acho eu, não deu para saber se tinha uma fractura. Mal tocou a água,
os tubarões comeram-lhe os membros. Felizmente assustaram-se e não tiveram tempo
de acabar o festim. Felizmente, porque ele estava a usar a minha gravata
preferida e eu não estava com vontade nenhuma de dissecar um tubarão para
recuperá-la. Infelizmente a sorte do João estava a acabar, momento antes do
salvamento, veio uma onda gigantesca e levo-o para longe. Foi encontrado dias
depois pelos uns esquimós, enquanto estava a ser violado por focas.
Não deve ter sido fácil para
ele, e depois do que lhe aconteceu transformou-se num verdadeiro casulo. Não
porque vai se transformar numa linda borboleta, o corpo dele ficou com um
formato “casular”. A verdade é que
tenho de dar a mão a palmatória, ele também daria, mas ficou sem elas. Confesso
que tenho inveja dalgumas coisas que ele consegue fazer. Cheguei mesmo a tentar
imitá-lo, mas quando se desce uma avenida ao reboliço, as pernas e os braços
atrapalham.
Mas nem depois de tudo o que
lhe acontece, ele não deixou o desporto, mas já não pratica atletismo.
Presentemente joga Bowling, ora faz de bola, ora faz de pino. Até mudou de
alcunha, chamam-lhe “Tacos”, por estar mais junto deles. Agora sempre que vou
ao Bowling oiço: “É uma bola? É um pino?
Não, é o João!”
Darth
Parvor ®