quinta-feira, 21 de julho de 2016

A Ovação Aérea

Há quem adora viajar de avião. É sempre tão festivo. Principalmente se viajar com portugueses. Durante essas viagens é fácil reconhecer o espírito festivaleiro e educado tão característico do povo lusitano e demonstrando com um simples gesto: as palmas. Nunca tinha reparado? Sempre que o seu avião aterra ouvem-se inúmeras palmas. e faz sentido! A aterragem é algo tão inesperado.


Eu que andar de avião é o meio de transporte mais seguro para viajar. É o que dizem as estatísticas e aquele amigo chato que acha que sabe tudo. E também é verdade que há menos aviões no céu do que automóveis nas estradas e que a probabilidade duma viagem com Rede Expresso chegar ao destino é maior do que voando com Germanwings, mas não deixo de ter medo dos meios aéreos.

Sendo a aterragem tão inesperada, daí aquela ovação aérea chegado ao destino, não me sinto seguro sempre que viajo de avião. E nem todos aplaudem. Já vi demonstrações de desagrado. Podem dizer o que quiserem, mas ninguém me vai convencer que aquela senhora gostou da viagem ou da aterragem. Ela passou o tempo todo a vomitar.

O importante é perceber a razão de tanta satisfação. Porquê as palmas? Será que sempre que descolam, pensam que estão a ser pilotados pelo um maçarico incompetente e o mais provável é não chegarem ao destino? Ou será porque pensavam que iam ser desviados por uns radicais de esquina e atirados contra o par de edifícios mais alto das redondezas? Ou talvez seja apenas por serem tão criancinhas, estão constantemente a perguntar “Chegamos?” e quando chegam (de facto) festejam (com palmas) que nem uns doidinhos, como se de um brinde se tratasse?

A verdade é que não custa nada sermos educado. Toca a bater palmas!

O Cronista da Parvoíce ©

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